|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MÚSICA
A volta da gangue de CHRISSIE
Líder do Pretenders conta como serão os shows no Brasil e afirma que fazer música hoje é melhor do que nos 80 e 90
|
COLUNISTA DA FOLHA
O grupo de Chrissie Hynde não
só desembarca neste mês para
shows no Brasil como terá lançados no país dois atraentes "produtos Pretenders". A banda traz
na mala um álbum de inéditas,
"Loose Screw", e um DVD ao vivo, "Pretenders Loose in LA".
O DVD, de um show de fevereiro deste ano em Los Angeles, traz
os grandes hits do grupo. Leia a
entrevista.
(LÚCIO RIBEIRO)
"Quase nunca tocamos
no Brasil, acho que o
público quer mais um
show com as músicas
conhecidas do que uma
apresentação cheia de
canções novas."
"Nos 80 não sabíamos
para onde a música caminhava. Nos 90, a
MTV estragou muito,
todos só pensavam em
fazer clipes. Agora a
preocupação maior é
fazer shows."
Folha - Você tem em casa mais
guitarras ou animais domésticos?
Chrissie Hynde - Acho que igual.
Passam de dez. As guitarras e os
bichos.
Folha - O que você lembra dos
dois shows no Brasil em 88?
Hynde - Lembro que fiquei com
muita raiva no show do Rio. O festival foi vendido para uma televisão e eu recordo ter perdido a cabeça quando vi mais câmeras na
minha frente do que pessoas. Estava realmente furiosa. Cheguei a
ameaçar sair do palco e aí eles se
afastaram. No final, foi um dos
shows mais quentes do Pretenders naquela turnê.
Folha - O mais recente álbum do
Pretenders, "Loose Crew", está
sendo lançado no Brasil. Como você descreveria o CD?
Hynde - Esse disco saiu bastante
influenciado por reggae. Tem
groove. Ele é o mais "dance" dos
discos dos Pretenders, eu acho.
Folha - Como vai ser o show no
Brasil?
Hynde - Acho que os shows daí
terão uma cara diferente dos demais shows da turnê. Quase nunca tocamos no Brasil, então acho
que o público quer mais um show
com as músicas conhecidas do
que uma apresentação cheia de
canções novas. Será menos reggae
e mais rock tipo "greatest hits".
Folha - Você pretende tocar aqui
"Complicada", a canção em espanhol do disco novo? A música é bonita, mas fica engraçado saber que
é do Pretenders, quando entra o
vocal em espanhol...
Hynde - Não. Eu só decorei a letra em espanhol para a hora de
gravá-la. Foi uma homenagem
aos nossos fãs latinos da América,
que são muitos. Mas não falo uma
palavra em espanhol. Se eu cantá-la no Brasil, vai ser em inglês.
Folha - Qual a diferença, para você, em tocar rock no cenário de hoje, ter tocado durante os 90 e quando o Pretenders surgiu, nos 80?
Hynde - Acho que hoje está melhor. Existe um monte de bandas
com base em guitarras surgindo,
então a cena roqueira parece estar
mudando para melhor. Nos 80
não sabíamos para onde a música
caminhava. Nos 90, a MTV estragou muito porque todos só pensavam em fazer clipes. Agora a
preocupação maior das bandas é
pegar a estrada e fazer shows.
Folha - Como estão suas atividades no Peta?
Hynde - Vai tudo bem. Nós terminamos recentemente uma série de manifestações pesadas contra a rede KFC [antiga Kentucky
Fried Chicken] em Paris e nos
EUA. Está dando resultados, parece. As galinhas são os animais
mais maltratados do mundo. Você não acreditaria em como eles
são cruelmente levados à morte
por essas lanchonetes.
Texto Anterior: Música: Pretenders veste de reggae e blues o novo vigor do rock Próximo Texto: Literatura: Como um artesão, Osman Lins cria labirintos verbais Índice
|