São Paulo, domingo, 09 de setembro de 2007

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Diaz trocou arquitetura e ativismo político por teatro

DA SUCURSAL DO RIO

A postura anticelebridade de Chico Diaz é parte de um discurso firme, de quem acredita que um artista deve olhar "além da própria carreira".
Se a genética fosse fatalista, o discurso seria mais explicitamente político. O pai do ator é um agrônomo socialista, que morou em vários países trabalhando para a OEA (Organização dos Estados Americanos). "Meu pai é um utópico ferrenho", diz.
O irmão mais velho, João, foi militante do movimento estudantil e precisou se esconder durante a ditadura militar. Chico Diaz, o segundo na fileira de seis irmãos, não teve vocação para seguir o mesmo caminho. "Eu ia no diretório acadêmico, via aquelas assembléias, votações, não agüentava. Passava um grupo cantando e dançando, eu ia atrás", lembra.
Foi assim nos colégios de classe média alta Souza Leão e Santo Inácio. Eram os anos 70, e ser ator ainda não era o horizonte mais sonhado pelas famílias de boa renda. Diaz foi fazer arquitetura, formou-se, estagiou dois anos no escritório de Hélio Pellegrino, atuou em projetos pré-computador, desenhando a nanquim, mas o teatro o seduziu. Embarcou na trupe Manhas e Manias e não parou mais. Ainda influenciou os irmãos Verônica e Enrique, caçula que se tornou um talentoso ator e diretor teatral.
"Eu o ajudei com meu risco, pois o caminho já estava preparado quando ele chegou. Mas a qualidade do trabalho dele contribuiu para que o meu fosse reconhecido. Eu me sinto protegido por ele", afirma Diaz.


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