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Fenômeno "High School" se expande
Segunda edição do telefilme musical da Disney bateu recorde de audiência nos EUA e chega ao Brasil em outubro
Em entrevista, executivo da empresa fala sobre como o sucesso de "High School" tem influência sobre a criação de outros programas
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Eles vão às aulas todos os
dias, estudam direitinho, praticam esportes e ainda arrumam
tempo para participar de um
musical na escola. No mundo
desses adolescentes, o romance
é apenas sugerido, nunca escancarado. Não há violência,
não se ouvem palavrões. Parece
careta demais? Bem, as crianças adoram, os pais dessas
crianças aprovam e a Disney
dança em cima dos números.
A companhia norte-americana que criou o Mickey Mouse
em 1928 comemora seu grande
sucesso recente: a franquia
"High School Musical". Franquia porque "HSM" estreou como filme de televisão que deu
origem a trilha sonora, espetáculo musical, livros, karaokê...
O primeiro telefilme "HSM"
estreou no Disney Channel dos
EUA em janeiro de 2006. Foi
visto por 7,7 milhões de espectadores (no Brasil, foi exibido
pelo Disney Channel e pela
Globo).
Já "HSM 2" estreou nos EUA
em 17 de agosto passado. Foi
visto por 17,2 milhões, o filme
de maior audiência da história
da TV paga norte-americana.
No Brasil, chega em 7 de outubro, pelo Disney Channel.
Os números impressionam?
Pois tem mais. A trilha sonora
do primeiro "HSM" foi o disco
mais vendido de 2006 -alcançou 5,8 milhões de cópias (no
Brasil, foram 120 mil).
A trilha sonora do "HSM 2"
segue o mesmo caminho. Foi
lançada em CD há três semanas
nos EUA. Estreou no topo da
parada da Billboard e ainda está
estacionada ali -já vendeu
quase 1,2 milhão de cópias.
A Disney trata a franquia
"HSM" como um "fenômeno",
segundo Diego Lerner, presidente da Walt Disney Company para a América Latina.
"Seria arrogância afirmar
que sabíamos que viraria um
sucesso", disse Lerner à Folha,
por telefone. "Hoje, podemos
considerar um fenômeno. E
com fenômenos não estamos
interessados em analisar os
porquês. Quando se tem um fenômeno, senta-se nele e desfruta-se o resultado. Depois,
passa-se a trabalhar na expansão desse fenômeno."
"Antes e depois"
A expansão da franquia segue
incessante. Além dos discos, a
história de Troy Bolton (interpretado por Zac Efron) e Gabriella Montez (Vanessa Anne
Hudgens) -ele, jogador de basquete na escola; ela, estudante
CDF- foi cantada em musical
no estádio do Morumbi, para
40 mil pessoas, em maio.
A versão cinematográfica de
"HSM" está em preparação.
Uma série de livros sobre os
personagens vendeu mais de 4
milhões de exemplares apenas
nos Estados Unidos.
Essa expansão não corre o
risco de se tornar opressora demais? De o povo enjoar?
"Você enjoa das modas. Um
produto clássico não é como
um produto que é apenas uma
moda. A moda tem seu minuto
de esplendor, mas logo acaba.
"HSM" mostrou não ser assim.
É um fenômeno que estourou
no mundo todo", diz. "Temos
um antes e um depois [de
"HSM"]. Não estou sendo arrogante, mas o produto não se
comporta como uma moda."
O sucesso de "HSM" refletiu
em todo o mecanismo de produção da Disney. Segundo Lerner, novos programas criados
pela companhia têm de servir
como alavanca para negócios
adicionais, como merchandising, DVDs e outros conteúdos.
Isso ocorre com outras atrações do canal, como "Hanna
Montana" e "Cheetah Girls".
"É importante para a Disney
adicionar ao conteúdo original
[do programa] elementos que
potencializem essa franquia."
A criatividade, assim, não
acaba mecanizada? Lerner, novamente, discorda. "Há um segmento de público que tem uma
clara aceitação desse tipo de
produto. A linha de produção é
clara, e temos equipes competentes trabalhando com isso."
Sobre a temática politicamente correta de "HSM", Lerner afirma: "O programa mostra que dá para ter sucesso sem
tocar canções que falem de drogas e de temas polêmicos, sem
dar golpes baixos".
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