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Índia tenta driblar Bollywood em Festival
DA ENVIADA A VENEZA
A indústria de cinema da
Índia é frequentemente citada como um dos casos de sucesso diante da dominação
de Hollywood.
Como muita gente sabe, os
indianos, mais do que de
"Avatar" e "Harry Potter",
gostam mesmo é dos filmes
que Bollywood produz.
Mas, por trás da imensa
produção de Bollywood, a
Índia tem um cinema que, tal
e qual o cinema de autor brasileiro, sofre para achar uma
sala onde ser visto e para
conseguir entrar num avião
rumo a outros países.
Enquanto outros locais da
Ásia, como China, Hong-Kong e Tailândia, têm nos
grandes festivais de cinema
do mundo uma vitrine privilegiada. A Índia, simplesmente, quase não se faz ver.
É essa também a sensação
de dois dos mais importantes
nomes do cinema indiano
que, neste ano, estão no Festival de Veneza.
O diretor Mani Ratnam
veio para o Lido para receber
uma homenagem pela carreira. O prêmio, chamado Jaeger-LeCoultre, já foi dado para figuras como Abbas Kiarostami e Agnès Varda.
Ratnam teve seu novo filme, "Raavan", exibido, passou pelo tapete vermelho e
subiu ao palco da Granda Sala, a mais importante de todas. Mas praticamente ninguém falou dele.
A outra indiana aqui presente é Nina Lath Gupta. Ela
é integrante do júri do prêmio Luigi De Laurentiis, da
categoria primeiro filme, e diretora do National Film Development de Mumbai, maior
centro de produção de filmes
de arte do país.
"Só estamos em festivais
como jurados ou para receber homenagens", diz Gupta.
"Pergunto-me por que isso
acontece. Acho que Bollywood acomodou o cinema
indiano. O sucesso dessa indústria limitou a criatividade
de nossos diretores."
Bollywood, apesar de responder por 95% da bilheteria
indiana, abarca só 25% da
produção do país. O resto é
feito com apoio estatal e tem
dificuldades de distribuição.
"As pessoas, nos outros
países, têm uma ideia às vezes errada do cinema indiano", diz Gupta. "Falar no cinema indiano é quase como
falar em cinema europeu, tão
diverso ele é entre si. Temos
filmes feitos em mais de 25
línguas. Quem vê numa língua, não vê em outra."
E do cinema brasileiro,
que ideia Gupta, tem? "Infelizmente, muito pouca." Algum filme que tenha visto recente que a tenha marcado?
"Não consigo me lembrar
dos nomes."
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