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MONTY PYTHON
Livro conta piadas não aproveitadas do grupo
de Londres
O livro "Monty Python: A Celebration", do britânico Richard
Topping, mostra que muitas piadas que o grupo imaginou, mas
que acabou abandonando, eram
tão divertidas quanto as que foram imortalizadas nos filmes e na
televisão.
Uma delas remonta à criação de
"A Vida de Brian". A idéia inicial
dos membros do Python era a de
fazer com que Brian fosse o "13º
apóstolo", esquecido pela Bíblia
por ter se atrasado a todos os momentos históricos da vida de Jesus
Cristo.
O filme começaria, então, com
Brian brigando com a esposa, que
não queria que ele fosse à última
ceia pois ela havia convidado uns
amigos para jantar naquela noite.
Esta é uma das histórias que
Topping, um ex-comediante teatral londrino, revela em seu livro.
Leia abaixo trechos de entrevista
que Topping concedeu à Folha,
em Londres.
(SC)
Folha - Como foi o encontro
com as piadas não gravadas pelo Python?
Richard Topping - Todos os
membros do grupo mantinham
anotações de idéias que tinham
individualmente para depois discutir com o grupo. Colocar as
mãos nestes papéis é um grande
achado, trazem cenas tão divertidas como as que foram para o cinema e a TV.
Folha - Conte uma.
Topping - Quando os rapazes
começaram a imaginar o roteiro
de "Monty Python em Busca do
Cálice Sagrado", a idéia era fazer
com que os aventureiros medievais procurassem o Graal no
mundo contemporâneo. Depois
de vagar sem sucesso pelas ruas
de Londres, o grupo decidiria parar de sofrer de uma vez e ir comprar logo um Graal na loja Harrods.
Folha - O que você acha da nova reunião do Python para a celebração do aniversário de 30
anos?
Topping - Não é uma reunião
verdadeira. O Python tinha uma
química própria, funcionava como um conjunto; depois da morte de Graham Chapman, acho que
não será a mesma coisa. Mas acho
que pode funcionar para apresentar o Python para uma nova geração de fãs.
Folha - Mas você mostra em
seu livro que os integrantes do
grupo não se davam tão bem
assim...
Topping - Era por isso mesmo
que dava certo. O segredo do
Python estava mais no conflito
entre posições opostas do que numa cooperação baseada em amizade.
Folha - O sucesso internacional do Python está ligado aos
filmes para o cinema. O que você acha mais importante, o legado televisivo ou cinematográfico?
Topping - Acho que os filmes
serviram para difundir o Python
em sua melhor fase. Mas foi na
TV que o grupo foi revolucionário, alterando um tipo de esquete
humorístico tradicional, que precisava de um clímax bem demarcado. Com o Python, o clímax da
piada passou a ser desnecessário.
Livro: Monty Python: a Celebration
Autor: Richard Topping
Lançamento: Virgin (160 págs.)
Quanto: US$ 25 (importado)
Onde encomendar: livraria Cultura
(www.livcultura.com.br);
www.amazon.com
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