São Paulo, segunda-feira, 09 de outubro de 2006 |
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"Gemma Bovery" une quadrinhos a prosa Livro da inglesa Posy Simmonds faz homenagem ao clássico "Madame Bovary", de Gustave Flaubert
PEDRO CIRNE
Folhear "Gemma Bovery"
provoca a seguinte dúvida: é
uma história em quadrinhos
com momentos em prosa ou
um romance com tantas ilustrações que parece uma história em quadrinhos?
No livro, lançado recentemente no Brasil, parágrafos de
prosa e cenas em quadrinhos
misturam-se, página após página, para contar a história da
personagem-título. Não dá para ler apenas a prosa ou só os
desenhos: eles se completam.
A autora é a inglesa Posy
Simmonds, que trabalha com
quadrinhos desde 1969. A proximidade com a literatura não
fica apenas na forma mas também no conteúdo: trata-se de
uma homenagem a "Madame
Bovary", de Gustave Flaubert.
O romance de Flaubert, lançado em 1857, apresenta a história de Emma Bovary, infeliz
em seu casamento com Charles
Bovary e que vive relacionamentos extraconjugais. O final
de "Madame Bovary" é trágico.
O livro de Simmonds começa
com Gemma Bovery, mulher
de Charlie Bovery, já morta.
Seu vizinho Raymond, ainda
abalado com a perda de Gemma, descobre que ela escrevera
diários. Com um misto de culpa
e curiosidade, ele os furta para
tentar entender sua morte.
"Gemma Bovery" é narrado
em primeira pessoa, mas por
duas personagens diferentes.
Em alguns momentos a história é contada por Gemma, em
trechos retirados de seu diário.
Em outros Raymond comenta
o que lê no diário ou dá a sua
impressão do fato descrito por
Gemma também vivido por ele.
GEMMA BOVERY Autora: Posy Simmonds Editora: Conrad Quanto: R$ 38,90, em média (120 págs.) Texto Anterior: Crítica: Filme mostra revolta juvenil em busca de eco Próximo Texto: Nelson Ascher: O "tao" do menor esforço Índice |
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