São Paulo, terça-feira, 09 de outubro de 2007

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MAM-Rio exibe Marilyn Monroe outonal

Exposição reúne 60 fotos do último ensaio da atriz norte-americana, seis semanas antes de sua morte

Bert Stern/Reprodução
Marilyn Monroe em junho de 1962; a imagem integra a exposição do fotógrafo Bert Stern que pode ser vista no MAM carioca


LUCAS NEVES
DA REPORTAGEM LOCAL

O MAM-Rio vai virar uma loja de doces a partir de hoje. Nas prateleiras, ou melhor, paredes, haverá 60 fotos da atriz Marilyn Monroe, em seu último ensaio, em junho de 1962, seis semanas antes de morrer.
A metáfora gastronômica, motivada pela versatilidade da personagem, é de Bert Stern, 78, autor dos derradeiros cliques da diva. Em entrevista por telefone à Folha, de Nova York, ele conta que "conhecer Marilyn foi como entrar em uma doceria". "Ela tinha tantas idéias, poses, caras... era maravilhosa em frente à câmera."
Os retratos que os cariocas verão (a exposição chega a São Paulo em janeiro de 2008) são fruto de duas sessões fotográficas para a revista "Vogue", no hotel Bel-Air, em Los Angeles.
Na primeira, mais intimista, Stern convenceu Monroe a se "vestir" apenas de jóias e echarpes translúcidas.
Os editores da publicação gostaram tanto das imagens que decidiram dedicar um editorial de oito páginas à atriz. Mas, pudicos, quiseram cobrir a beleza imperfeita de seus 36 anos -ela tinha uma cicatriz resultante de uma cirurgia de retirada da vesícula biliar.
A carolice pouco durou. No meio da segunda sessão, Stern pediu ao entourage da atriz para ficar a sós com ela. "Ela queria voltar ao nu, gostava de estar ao natural, de mostrar seu corpo", lembra ele, que guarda a imagem de Monroe (nascida Norma Jean Mortenson) como "uma garota legal, muito simples", que só se transformava num "fogo de artifício" (expressão que ele usa em texto para o catálogo da exposição) quando atuava ou posava para fotos. "Era algo que ela vestia, como um casaco."
Na preparação para o ensaio, Stern afirma que a sua única referência era uma fotografia em preto-e-branco de Greta Garbo, feita por Edward Steichen para uma edição de 1928 da revista "Vanity Fair". "Se conseguisse fazer uma foto de Marilyn tão boa quanto aquela, estaria satisfeito."
Mas o total de cliques (2.700) daquelas duas sessões no Bel-Air mostra que suas pretensões iam mais longe. Ele buscava a vulnerabilidade que a persona pública de "sex appeal" intimidante habilidosamente escondia. E, à custa de uma dezena de garrafas de Dom Pérignon e provocações na linha de "não tenho medo de você, Marilyn", conseguiu capturar uma diva alquebrada, mas ainda bela.
Stern arrisca alguma explicação para o fascínio que Monroe exerce até hoje? "Não sei o quê nela ainda inspira as pessoas. Ela era um fenômeno. Talvez seja o seu visual, talvez a sua atitude. Mas outra pessoa terá que dizê-lo", desvencilha-se.

MARILYN MONROE - O MITO
Quando:
abertura hoje, às 19h30, para convidados; de ter. a sex., das 12h às 18h; sáb., dom. e feriados, das 12h às 19h; até 25 de novembro
Onde: Museu de Arte Moderna do Rio (av. Infante Dom Henrique, 85, parque do Flamengo, tel. 0/ xx/21 2240-4944)
Quanto: R$ 5 (estudantes, maiores de 60 anos e crianças de até 12 anos em grupos: R$ 2)


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