São Paulo, terça-feira, 09 de outubro de 2007

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Crítica

O mundo é um inferno para Sam Peckinpah

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Se há um cineasta do passado que não teria lugar em nossos dias, esse é Sam Peckinpah. Era um gênio, mas os tempos atuais exigem um cinema a que o fulano assista, pagando uma fortuna, depois de uma semana estafante: não quer ver nada que o incomode.
E Peckinpah é incômodo, admitamos. Onde já se viu uma história onde o cara anda, metade do filme, e outro tanto do México, com uma cabeça dentro de um saco? Essa é, mais ou menos, a história de "Tragam-Me a Cabeça de Alfredo Garcia" (TC Cult, 19h45).
Sam Peckinpah é, sabemos, implacável. Mas talvez nunca tenha sido tanto quanto aqui, no trato de Bennie (Warren Oates, notável), o sujeito que dispõe-se a buscar a cabeça de Alfredo Garcia em troca de uma recompensa.
Ajuda se disser que Bennie não mata Alfredo? Que Alfredo já está morto quando começa a ação? Em princípio, ajuda. Mas, com o tempo, veremos que não é bem assim: o mundo para Peckinpah já é o inferno.


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