São Paulo, sábado, 09 de novembro de 2002

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FILMES E TV PAGA

TV ABERTA

Figgis retrata balanço angustiante de uma vida

Esqueceram de Mim
Globo, 16h15.    
(Home Alone). EUA, 90, 90 min. Direção: Chris Columbus. Com Macaulin Culkin, Joe Pesci. Família esquece o filho ao sair de férias. No início, o garoto (Culkin) se acha no Paraíso. Depois, terá de defender sua casa contra dois bandidos (Pesci e Stern). Desses dois, no mais, virá o essencial em matéria de humor. A criançada adora.

Oh! Que Bela Guerra
Rede TV!, 18h.   
(Oh! What a Lovely War). EUA, 69, 144 min. Direção: Richard Attenborough. Com Laurence Olivier, John Gielgud. De um tão ilustre elenco, trabalhando com uma produção eficiente, a partir de uma peça antimilitarista em torno da Primeira Guerra, seria possível esperar mais. Este musical reúne uma série de vinhetas em uma guerra sem sangue. Attenborough dava início aqui a sua quadrada carreira de diretor.

Terra do Mar
Cultura, 22h.   
Brasil, 97. Direção: Eduardo Caron/ Mirella Martinelli. Documentário sobre a cultura das comunidades litorâneas do norte do Paraná e do sul de São Paulo, que vivem essencialmente da pesca.

Fim da Linha
Record, 22h15.  
(Road Ends). EUA, 97, 96 min. Direção: Rick King. Com Dennis Hopper, Peter Coyote. Traficante poderoso marca encontro com rival em cidadezinha para acerto de contas. Problema: o FBI também está disposto a acertar as contas com ele. Fim da linha, fim da picada.

Missão - Resgate Impossível
Globo, 22h55.  
(Behind the Enemy Lines). EUA, 96, 90 min. Direção: Mark Griffiths. Com Thomas Ian Griffith, Chris Mulkey. CIA faz ex-marine voltar ao Vietnã para libertar companheiro que tempos antes, em missão, ficou preso atrás da linha inimiga.

Código de Ataque
SBT, 23h45.    
(Fail Safe). EUA, 2000, 86 min. Direção: Stephen Frears. Com George Clooney, Richard Dreyfuss. Estamos na Guerra Fria. Por uma falha, um jato cheio de bombas atômicas despacha-se na direção de Moscou. Haverá quem queira impedir o pior. Mas haverá também quem queira pôr fogo no circo. A conferir. Inédito.

Disfarce para Matar
Bandeirantes, 1h.  
(Cover Me). EUA, 95, 94 min. Direção: Michael Schroeder. Com Rick Rossovich, Courtney Taylor. Bela detetive utiliza seus dotes físicos para atrair um psicopata que ataca modelos que vêm posando nuas para revistas, tudo isso a pedido de seu namorado, sargento de polícia. O que ele não previa é que a garota tomaria gosto pela agitação noturna. O mistério do dia: o que Sorvino e Gould estão fazendo aqui?

O Dia Seguinte
SBT, 1h25.   
(The Day After). EUA, 83, 140 min. Direção: Nicholas Meyer. Com Jason Robards, JoBeth Williams. A idéia do filme (feito para TV) era mostrar o que aconteceria em caso de guerra nuclear. Foi um sucesso mundial e imediato. Não demorou muito, no Brasil a expressão "o dia seguinte" era aplicável sobretudo a casos de ressaca. A turma avacalha tudo.

Nunca te Amei
Globo, 2h35.    
(The Browning Version). Inglaterra, 94, 97 min. Direção: Mike Figgis. Com Albert Finney, Greta Scacchi. Ao se aposentar, professor de latim passa em revista sua vida, marcada pela frieza em relação aos alunos e, em especial, à mulher. Balanço angustiante, levado por cineasta com olhar próprio. A ver.

A Força da Esperança
SBT, 3h40.  
(Tiger Town). EUA, 83, 73 min. Direção: Alan Shapiro. Com Roy Scheider, Justin Henry. Embora o Detroit Tigers seja um time de beisebol em baixa, liderado por um jogador em decadência, menino de 11 anos enfia na cabeça que, com incentivos ao veterano jogador e muita fé, dá para chegar a alguma coisa. Feito para TV. Só para São Paulo. (IA)

TV PAGA

Manifesto libertário filmado a toda velocidade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Cult movie" é a categoria que designa os filmes que alguns defendem, mas nem todos. Está para o cinema um pouco como o purgatório para as almas: tem de ficar lá um tempo e só depois dele sabe-se se vai enfim ser aceito como clássico ou simplesmente descartado.
É a categoria por excelência a que pertence por ora "Corrida contra o Destino" (amanhã, Telecine Action, 20h15), de Richard Sarafian. Uma coisa que contribui para essa reputação é o tipo de produção. O "cult" é com frequência um filme pequeno, e este aqui está bem no caso, pois tem praticamente um só personagem.
Ele se chama Kowalski e tem como missão entregar um carro em San Francisco. Ele aposta que pode fazer o trajeto num determinado tempo, muito inferior em todo caso ao que os guardas consideram conveniente.
O resultado óbvio é uma série infindável de perseguições, capaz de condenar qualquer filme à insignificância, não fosse o fato de um DJ promovê-lo a herói de uma solitária luta contra as amarras da civilização. A partir daí, "Corrida contra o Destino" passa a ser apenas superficialmente um filme de perseguições para se tornar um desses espantosos manifestos por uma liberdade libertária de que o cinema americano é capaz de tempos em tempos.
Talvez seja prematuro incluir "O Tempo e a Maré" (amanhã, 19h30, Cinemax) na categoria de "cult". O fato é que os filmes chineses hoje têm um pé nela de modo quase automático. Aqui, Tsui Hark trata em ritmo e cores alucinantes (talvez até demais) da trajetória de um jovem às voltas com gangues e com a surpreendente gravidez de uma garota.
Pode-se gostar ou não, mas dificilmente o espectador sai de um desses filmes indiferente ou nauseado, reações que podem afetar a quem vê "Chocolate" (hoje, 11h, HBO), de Lasse Hallström.


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