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FILMES E TV PAGA
TV ABERTA
Figgis retrata balanço angustiante de uma vida
Esqueceram de Mim
Globo, 16h15.
(Home Alone). EUA, 90, 90 min. Direção:
Chris Columbus. Com Macaulin Culkin,
Joe Pesci. Família esquece o filho ao sair
de férias. No início, o garoto (Culkin) se
acha no Paraíso. Depois, terá de
defender sua casa contra dois bandidos
(Pesci e Stern). Desses dois, no mais, virá
o essencial em matéria de humor. A
criançada adora.
Oh! Que Bela Guerra
Rede TV!, 18h.
(Oh! What a Lovely War). EUA, 69, 144
min. Direção: Richard Attenborough.
Com Laurence Olivier, John Gielgud. De
um tão ilustre elenco, trabalhando com
uma produção eficiente, a partir de uma
peça antimilitarista em torno da Primeira
Guerra, seria possível esperar mais. Este
musical reúne uma série de vinhetas em
uma guerra sem sangue. Attenborough
dava início aqui a sua quadrada carreira
de diretor.
Terra do Mar
Cultura, 22h.
Brasil, 97. Direção: Eduardo Caron/
Mirella Martinelli. Documentário sobre a
cultura das comunidades litorâneas do
norte do Paraná e do sul de São Paulo,
que vivem essencialmente da pesca.
Fim da Linha
Record, 22h15.
(Road Ends). EUA, 97, 96 min. Direção:
Rick King. Com Dennis Hopper, Peter
Coyote. Traficante poderoso marca
encontro com rival em cidadezinha para
acerto de contas. Problema: o FBI
também está disposto a acertar as contas
com ele. Fim da linha, fim da picada.
Missão - Resgate Impossível
Globo, 22h55.
(Behind the Enemy Lines). EUA, 96, 90
min. Direção: Mark Griffiths. Com
Thomas Ian Griffith, Chris Mulkey. CIA faz
ex-marine voltar ao Vietnã para libertar
companheiro que tempos antes, em
missão, ficou preso atrás da linha
inimiga.
Código de Ataque
SBT, 23h45.
(Fail Safe). EUA, 2000, 86 min. Direção:
Stephen Frears. Com George Clooney,
Richard Dreyfuss. Estamos na Guerra
Fria. Por uma falha, um jato cheio de
bombas atômicas despacha-se na
direção de Moscou. Haverá quem queira
impedir o pior. Mas haverá também
quem queira pôr fogo no circo. A
conferir. Inédito.
Disfarce para Matar
Bandeirantes, 1h.
(Cover Me). EUA, 95, 94 min. Direção:
Michael Schroeder. Com Rick Rossovich,
Courtney Taylor. Bela detetive utiliza
seus dotes físicos para atrair um
psicopata que ataca modelos que vêm
posando nuas para revistas, tudo isso a
pedido de seu namorado, sargento de
polícia. O que ele não previa é que a
garota tomaria gosto pela agitação
noturna. O mistério do dia: o que Sorvino
e Gould estão fazendo aqui?
O Dia Seguinte
SBT, 1h25.
(The Day After). EUA, 83, 140 min.
Direção: Nicholas Meyer. Com Jason
Robards, JoBeth Williams. A idéia do
filme (feito para TV) era mostrar o que
aconteceria em caso de guerra nuclear.
Foi um sucesso mundial e imediato. Não
demorou muito, no Brasil a expressão "o
dia seguinte" era aplicável sobretudo a
casos de ressaca. A turma avacalha tudo.
Nunca te Amei
Globo, 2h35.
(The Browning Version). Inglaterra, 94,
97 min. Direção: Mike Figgis. Com Albert
Finney, Greta Scacchi. Ao se aposentar,
professor de latim passa em revista sua
vida, marcada pela frieza em relação aos
alunos e, em especial, à mulher. Balanço
angustiante, levado por cineasta com
olhar próprio. A ver.
A Força da Esperança
SBT, 3h40.
(Tiger Town). EUA, 83, 73 min. Direção:
Alan Shapiro. Com Roy Scheider, Justin
Henry. Embora o Detroit Tigers seja um
time de beisebol em baixa, liderado por
um jogador em decadência, menino de
11 anos enfia na cabeça que, com
incentivos ao veterano jogador e muita
fé, dá para chegar a alguma coisa. Feito
para TV. Só para São Paulo.
(IA)
TV PAGA
Manifesto libertário filmado a toda velocidade
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
"Cult movie" é a categoria
que designa os filmes que
alguns defendem, mas nem todos. Está para o cinema um pouco
como o purgatório para as almas:
tem de ficar lá um tempo e só depois dele sabe-se se vai enfim ser
aceito como clássico ou simplesmente descartado.
É a categoria por excelência a
que pertence por ora "Corrida
contra o Destino" (amanhã, Telecine Action, 20h15), de Richard
Sarafian. Uma coisa que contribui
para essa reputação é o tipo de
produção. O "cult" é com frequência um filme pequeno, e este
aqui está bem no caso, pois tem
praticamente um só personagem.
Ele se chama Kowalski e tem como missão entregar um carro em
San Francisco. Ele aposta que pode fazer o trajeto num determinado tempo, muito inferior em todo
caso ao que os guardas consideram conveniente.
O resultado óbvio é uma série
infindável de perseguições, capaz
de condenar qualquer filme à insignificância, não fosse o fato de
um DJ promovê-lo a herói de
uma solitária luta contra as amarras da civilização. A partir daí,
"Corrida contra o Destino" passa
a ser apenas superficialmente um
filme de perseguições para se tornar um desses espantosos manifestos por uma liberdade libertária de que o cinema americano é
capaz de tempos em tempos.
Talvez seja prematuro incluir
"O Tempo e a Maré" (amanhã,
19h30, Cinemax) na categoria de
"cult". O fato é que os filmes chineses hoje têm um pé nela de modo quase automático. Aqui, Tsui
Hark trata em ritmo e cores alucinantes (talvez até demais) da trajetória de um jovem às voltas com
gangues e com a surpreendente
gravidez de uma garota.
Pode-se gostar ou não, mas dificilmente o espectador sai de um
desses filmes indiferente ou nauseado, reações que podem afetar a
quem vê "Chocolate" (hoje, 11h,
HBO), de Lasse Hallström.
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