São Paulo, sábado, 09 de novembro de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TEATRO

Festival carioca interrompido há cinco anos por falta de recursos volta com 13 grupos e foco na cidade e no cidadão

Riocenacontemporânea tenta se afirmar

Divulgação
Cena de "De Dentro", do grupo Astrid & Alexandre em Cia.


VALMIR SANTOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Nos anos 90, a cidade do Rio de Janeiro contava com um festival internacional de teatro, o Rio Cena Contemporânea. Suas duas primeiras e únicas edições, em 96 e 97, trouxeram artistas como o grupo americano Mabou Mines, o inglês Volcano e o coreógrafo belga Wim Vandekeybus.
Interrompido por falta de recursos, o festival está de volta, cinco anos depois. A terceira edição do agora grafado "riocenacontemporânea" quer fixá-lo de vez no calendário cultural da cidade.
Não à toa, os organizadores elegem a interação urbana e a cidadania como eixo da curadoria, sob o mote "a gente faz a cena".
A abertura acontece amanhã, às 16h, com uma parada que parte do parque Zózimo Barroso do Amaral, na praia do Leblon, e segue até o Arpoador. Os figurinos dos artistas terão a cor abóbora dos uniformes dos garis que vão integrar a "comissão de frente".
"Eles conhecem as ruas da cidade como ninguém e vão nos ajudar a reciclar as idéias", afirma Bia Junqueira, 42, uma das curadoras do festival.
Treze grupos, 24 espetáculos. As montagens internacionais são apenas duas, reflexo da alta do dólar (a produção não revela o orçamento, "bem menos de R$ 1 milhão", segundo outro curador, César Augusto, 36).
Três atores ingleses da Cia. Stan's Café, de Londres, apresentam "It's Your Film" para platéia de único espectador, projeto que lembra as cabines individuais do grupo paulistano Caixa de Imagens, cujos bonecos em miniatura também ocupam a grade.
Os argentinos da cia. Cercano Oriente trazem "La Caja", sobre dois homens que "habitam" uma caixa de papelão. Um deles morre e o outro se muda para lugar ainda mais degradante. A possibilidade do reencontro épico inspira os atores Luis Machín e Alejandro Catalán.
Dá-se mais visibilidade aos artistas locais, como a reafirmar a cena (Moacir Chaves, Enrique Diaz, Gilberto Gawronski, cia. Teatro do Pequeno Gesto, Nós do Morro, Péssima Companhia etc).
Os paulistas do grupo XIX de Teatro ("Hysteria") e os catarinenses da Cia. Carona ("Os Camaradas"), projetados no Fringe do Festival de Teatro de Curitiba 2002, estão entre as atrações de outros Estados.
Além das peças, há encontros, processos, oficinas, leituras dramatizadas, performances, exposições e intervenções. Tudo em sete espaços da cidade, durante uma semana. O evento é organizado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da secretaria das Culturas e do instituto RioArte.


3º RIOCENACONTEMPORÂNEA - de amanhã a 17/11. Quanto: R$ 5 (também há eventos gratuitos). Mais informações pelo tel. 0/xx/21/2509-0776 ou 2232-1104.




Texto Anterior: Discursos do ditador serão editados
Próximo Texto: "A Ponte e a Água da Piscina" Villela se reconcilia com a delicadeza
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.