São Paulo, terça-feira, 09 de novembro de 2004

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Rei também na dança

Ronaldo Aguiar/Divulgação
Cena do balé "Muito Romântico", que segue em temporada na Europa pela 5ª vez


Com coreografia de Susana Yamauchi e João Maurício, balé "Muito Romântico" leva Roberto Carlos à Europa

KATIA CALSAVARA
DA REDAÇÃO

Quando estreou em São Paulo, em 1999, o público do balé "Muito Romântico", de Susana Yamauchi e João Maurício, cantava junto o inconfundível "se chorei ou se sofri, o importante é que emoções eu vivi", de Roberto Carlos ("Emoções"), entre outros versos do Rei que amolecem corações.
Nas platéias européias, a cena é outra. Impera o silêncio, com leves dançadelas de cabeça. No entanto, no final, o elenco chega a cansar de tanto reverenciar os aplausos que duram minutos, não raro acompanhados por aquelas batidas de pés animados no chão.
"Muito Romântico", coreografia que reúne 19 canções que fizeram sucesso na voz de Roberto Carlos -algumas delas ganharam versões especiais de Chico César, Lenine, Zeca Baleiro, entre outros-, ficou em cartaz por quase oito meses no Teatro Popular do Sesi, em São Paulo, sempre com platéia lotada. Desde então, começou a receber convites de festivais europeus e a fazer sucesso fora do país.
O espetáculo segue para a quinta temporada na Europa, a segunda só neste ano. Desta vez, as cidades são Fürts (Alemanha) e St. Pöltem (Áustria). E os ingressos estão quase todos vendidos, como nas temporadas anteriores.
Os dois coreógrafos não descartam a volta do balé a São Paulo, mas não têm data marcada. Todo ano Yamauchi reúne o elenco formado por dez bailarinos e sai à caça de espaço para ensaios, nem sempre os mais adequados. Mostra de que, com algum empenho, bailarinos independentes conseguem lugar ao sol.
Como o grupo não se configura como uma companhia fixa, fora do país eles são chamados de LúDiCaDaNçA. O sucesso na Europa faz com o grupo deixe o cenário da coreografia, que pesa mais de duas toneladas, guardado na Alemanha, onde os bailarinos já devem estar se aquecendo neste momento. Mas de onde vem esse sucesso com os esuropeus?
"Acho que muito se explica pelo alinhavado da trilha com a dança e também pela curiosidade que os europeus têm em ver o jeito brasileiro de dançar", diz Yamauchi.


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