São Paulo, terça-feira, 09 de novembro de 2004

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Libertines redime punk com fúria

DA REDAÇÃO
DA REPORTAGEM LOCAL

A banda que era de Carl e Pete agora é de Carl e Gary.
Pete (o guitarrista Peter Doherty) está de quarentena do Libertines por sua relação estreita com as drogas. Sua amizade conflitante com o vocalista e também guitarrista Carl Barat era o motor do quarteto londrino. Mas o que se viu no palco Tim Lab, na última noite do festival, domingo, foi um Libertines punk sendo guiado pela massacrante performance do baterista Gary Powell.
Eles têm canções furiosas, canções com melodias que grudam no ouvido, canções que fazem dançar. "Can't Stand Me Now", "The Boys in the Band" e "What a Waster" foram particularmente furiosas e impressionantes.
Logo após os ingleses, no domingo, o Mars Volta trouxe mais do que um coquetel de King Crimson, Led Zeppelin e Rush embalado em fúria punk. A violenta (e às vezes perigosa) performance do vocalista Cedric Blixer e os solos do guitarrista Omar Rodriguez fizeram algumas pessoas sonhar e colocaram outras para pensar depois do show.
Com pouquíssima experiência em palcos brasileiros, Bebel Gilberto conseguiu empolgar parte da platéia do Tim Lab no sábado, demonstrando que já vai longe o tempo de insegurança total de anos atrás. O show apontou para uma sedimentação da bossa eletrônica difundido por Bebel lá fora, mas também já sob o perigo da estagnação desse formato. No geral, ela hoje já soa mais bossa nova tradicional que MPB eletrônica (o que era seminovidade há quatro anos). Também por isso, destoou do todo do Tim Festival -para o bem e para o mal.
Antes de Bebel, a britânica Cinematic Orchestra fez show em que o jazz falou mais alto que a eletrônica. O grupo retrocedeu do trip hop ao jazz fusion à la Herbie Hancock e ao free jazz, com direiro a cover do Art Ensemble of Chicago. (TN, SOS, PAS)


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