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Crítica
"Depois do Vendaval" é utopia feminista
PAULO SANTOS LIMA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Dos grandes clássicos dos
anos 50, "Depois do Vendaval" (Telecine Cult, 19h40), de John Ford, é ainda hoje uma
grande comédia romântica para os homens, mas, possivelmente, obra de certo desagrado
para o público feminino. O tratamento que Sean (John Wayne) dedica a Mary Kate (Maureen O'Hara), com variados
chutes no traseiro e chaves de
braço, não é o ideal em tempos
de machões que fazem limpeza
de pele e luzes no cabelo.
Mais de perto, contudo, veremos que Sean tem todo o direito de dar uns tabefes na teimosa Mary Kate, que, além de ser
irmã de um rival, avança de punhos cerrados contra ele.
O entendimento só será possível na marra, e até o beijo revelador precisará dos muques
do galã para trancar a furiosa
dama em seus braços.
Com mais atenção, veremos
aqui uma utopia feminista, pois
Sean trata Mary como se ambos estivessem em pé de igualdade. É de perto, também, que
notamos que o mundo é tanto
dos David Beckham quanto dos
Russell Crowe.
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