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Comida - Crítica
Mesmo deslocado, Shundi Kobayashi prepara bons sushis no Fujiyama
JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA
Nas últimas semanas
houve uma reviravolta
em três bons restaurantes japoneses da cidade. Tudo começou com a saída de
Shundi Kobayashi do restaurante que, não obstante, continua levando seu nome.
Para o
seu lugar foi chamado o sushiman do Hanadoki, que por sua
vez, para substituí-lo, contratou o sushiman do Rangetsu of
Tokyo... E, por enquanto, ficou
por aí. A peça mais curiosa a se
mover foi a primeira: o restaurante Shundi & Tomodachi não
tem mais Shundi no balcão de
sushi. Ele agora está em outra
casa, não muito longe dali, o
Fujiyama -instalado neste endereço há seis anos-, que ele
arrendou do proprietário, Seiji
Saneto, 36 (que continua tocando sozinho seu outro restaurante homônimo, próximo à Ceagesp).
É um choque para quem se
habituou a ver Shundi na esfuziante, moderna e bonita casa
onde ele oficiava, vê-lo agora na
triste paisagem do Fujiyama,
local feio e maltratado, onde o
chef fica meio deslocado. O
próprio Shundi não cansa de
avisar que pouco a pouco está
mudando tudo, mas só pode
mexer nas coisas aos domingos,
quando a casa fecha. O lado
bom é que, nesta estrutura
mais modesta, os preços também são mais tentadores do
que os que ele antes praticava,
tornando mais acessível a sua
arte, sem por isso abrir mão da
qualidade dos ingredientes
-incluindo vários itens que antes não se encontraria no Fujiyama.
Shundi nasceu no Japão há
57 anos, mas vive no Brasil desde criança. Aos 18 anos começou a trabalhar em restaurantes japoneses e, desde então,
passou por casas como Sushi
Kiyo e Hinodê. No Hanadoki
esteve desde a abertura, há
quatro anos, mas logo ele lançou-se no projeto do Shundi &
Tomodachi. Foi especialmente
nesses dois últimos que ele desenvolveu, ao lado da perícia
nos sushis e sashimis convencionais, um tino para criar novidades sem excessos, de forma
quase minimalista e apoiado
nos ingredientes. Os bons combinados convencionais, mas
com peixes variados, sairão barato. Querendo mais aventura,
peça fatias de salmão ou de polvo marinado com minienguias
e barbatana de tubarão, guiosa
de camarão inteiro com cogumelos, salmão empanado com
sucrilhos, minipolvo, ou mais
simplesmente, sushi de toro,
sashimi de robalo, ouriço-do-mar: o lugar é feio, mas vale a
pena.
FUJIYAMA
Avaliação:
Endereço: av.
Brigadeiro Faria Lima,
2.744, Jardim
Paulistano, tel. 0/xx/11/3032-8089
Funcionamento: seg. a
qui., das 12h às 15h e
das 19h à 0h; sex., das
12h às 15h e das 19h à
1h; sáb., das 19h à 1h
Ambiente: bem modesto
Serviço: correto
Vinhos: o negócio ali é saquê
Estacionamento com
manobrista: R$ 7
Cartões: todos
Preços: entradas, R$ 8 a R$ 32; sushi e
sashimi: de R$ 23 a
R$ 99 (combinado para
três pessoas); pratos
quentes, R$ 16 a R$ 32; sobremesas: R$ 3 a
R$ 8,50
josimar@basilico.com.br
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