São Paulo, sexta-feira, 09 de novembro de 2007

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Crítica

"Flores Partidas" é um Jarmusch estilizado demais

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Existe um cinema americano cuja aspiração principal é ser europeu, e é nessa categoria que se enquadra "Flores Partidas" (Telecine Cult, 20h), de Jim Jarmusch.
Não existe nenhum mal nisso, em princípio: o cinema, a despeito das superstições nacionalistas, se faz de contágios. Mas alguma coisa parece um pouco estilizada demais neste filme (e em outros de Jarmusch), para não dizer forçada.
Bill Murray é o sujeito que certo dia recebe uma carta anônima dando conta da existência de um filho seu já adulto, ou quase. O personagem é uma espécie de zumbi, para quem nada parece fazer sentido.
Ainda assim, ele sai em busca das mulheres que teve na vida, e é aí que encontramos o cerne do filme: suas ex são um apanhado, para o bem, para o mal e para o médio da América. Nenhum problema nisso, exceto o fato de algo, todo o tempo, nos lembrar, pelo típico, de que "isso é a América". Esse lado "poeira nos olhos" também se sente na ambigüidade da seqüência final.


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