|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
"Flores Partidas" é um Jarmusch estilizado demais
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Existe um cinema americano
cuja aspiração principal é ser
europeu, e é nessa categoria
que se enquadra "Flores Partidas" (Telecine Cult, 20h), de
Jim Jarmusch.
Não existe nenhum mal nisso, em princípio: o cinema, a
despeito das superstições nacionalistas, se faz de contágios.
Mas alguma coisa parece um
pouco estilizada demais neste
filme (e em outros de Jarmusch), para não dizer forçada.
Bill Murray é o sujeito que
certo dia recebe uma carta anônima dando conta da existência
de um filho seu já adulto, ou
quase. O personagem é uma espécie de zumbi, para quem nada parece fazer sentido.
Ainda assim, ele sai em busca
das mulheres que teve na vida,
e é aí que encontramos o cerne
do filme: suas ex são um apanhado, para o bem, para o mal e
para o médio da América. Nenhum problema nisso, exceto o
fato de algo, todo o tempo, nos
lembrar, pelo típico, de que "isso é a América". Esse lado
"poeira nos olhos" também se
sente na ambigüidade da seqüência final.
Texto Anterior: Animação: "Ricky Sprocket" subestima gosto infantil Próximo Texto: Resumo das novelas Índice
|