São Paulo, sexta-feira, 09 de novembro de 2007

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Animação

"Ricky Sprocket" subestima gosto infantil

DA REPORTAGEM LOCAL

Como será a vida de um astro-mirim hollywoodiano? No caso de Ricky Sprocket, personagem do desenho homônimo que estréia hoje no canal Nickelodeon, é um mundo de aventuras divertidas. Os exemplos reais não avalizam tal cenário de sonhos, mas quem está preocupado com a realidade num desenho infantil -bem infantil? Certamente não David Fine e Alison Snowden, criadores de "Ricky...". Eles desperdiçam a premissa interessante -um astro infantil de cinema como protagonista- com roteiros banais que alimentam estereótipos.
As crianças disputam para ver quem é mais famosa (Ricky tem uma antagonista feminina, também estrelinha de cinema) e se deliciam ao serem reconhecidas e perseguidas por fãs. Os criadores ainda deram ao protagonista uma família "comum": sua mãe é dona-de-casa, seu pai trabalha em uma fábrica de salsichas, ele tem uma irmã com quem vive brigando e um cachorro que adora. Mas ninguém se engana: do alto de sua fama, Ricky é o invejado, o superior, o astro. Um "Riquinho" do século 21, mas sem um terço do charme elitista do outro. Alguns argumentarão que um desenho é só um desenho -e, de fato, antes algo bobo do que tangido por um moralismo torto. Mas subestimar o gosto (e a inteligência) das crianças é nocivo. (MARCO AURÉLIO CANÔNICO)

RICKY SPROCKET
Quando:
hoje, às 15h
Onde: Nickelodeon


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