São Paulo, domingo, 09 de novembro de 2008

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TELEVISÃO

Crítica

Irregular, Makhmalbaf acerta em "Gabbeh"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Está certo e não está falar do "cinema francês", ou "brasileiro", ou "americano". Está errado porque cada cinematografia produz filmes muito diferentes entre si. E está certo porque, por mais diferentes que sejam, filmes de um país sempre guardarão algo de comum: uma luz, uma paisagem, um modo de ser das pessoas etc.
Isso lhes confere uma personalidade que transcende, em larga medida, os desígnios de cada artista. Mas será bem injusto colocar todas as obras num mesmo saco nacional. Por exemplo: os filmes de Abbas Kiarostami pouco têm em comum com os de Mohsen Makhmalbaf.
Este último, aliás, se pauta por uma irregularidade avassaladora. "Gabbeh" (Futura, 22h, não recomendado a menores de 12 anos) é um dos seus mais belos trabalhos a terem chegado até nós. Gabbeh é um tipo de tapete persa, o que é bem conhecido. Menos conhecido é aquilo sobre o que discorre o filme: a sofisticada estamparia de um gabbeh é a narrativa de uma história.
Assim como a tatuagem pode ser um relato, as figuras do gabbeh são como que o resumo de uma existência, com seus espantos, belezas, tragédias. Aqui, em linhas gerais, é a história de um amor que se conta.
Se outras vezes vemos Makhmalbaf oscilar entre o autoritário e o meramente comercial ("A Caminho de Kandahar"), em "Gabbeh" é possível encontrar momentos de verdadeira poesia.


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