São Paulo, terça-feira, 09 de dezembro de 2008

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Crítica

Silêncio ordena acontecimentos em drama familiar

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Não faz tanto tempo assim, o cinema brasileiro buscava maneira de representar o Brasil e os seus problemas. Por uma série de razões que não vêm ao caso, esse tipo de ambição se desgastou.
No nosso século, busca-se observar a vida cotidiana em diversas circunstâncias. Um filme dessa categoria é "A Casa de Alice" (Cinemax, 16h; não recomendado a menores de 12 anos), de Chico Teixeira, que visa a vida de uma manicure casada com um motorista de táxi e mãe de alguns filhos.
Existe outra manicure meio recente no nosso cinema, a de "Um Céu de Estrelas". Mas, ali, o drama era pessoal e explosivo. Aqui, é familiar e surdo: uma seqüência de não-ditos, de silêncios é que ordena os acontecimentos.
Silêncios que designam uma busca, talvez não um encontro. Como muitos outros filmes recentes, "A Casa de Alice" não articula a passagem do particular ao geral. Talvez nem pretendesse isso, mas, então, é inevitável perguntar: para quê, então?


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