|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Crítica
Silêncio ordena acontecimentos em drama familiar
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Não faz tanto tempo assim, o
cinema brasileiro buscava maneira de representar o Brasil e
os seus problemas. Por uma série de razões que não vêm ao
caso, esse tipo de ambição se
desgastou.
No nosso século, busca-se
observar a vida cotidiana em
diversas circunstâncias. Um filme dessa categoria é "A Casa
de Alice" (Cinemax, 16h; não
recomendado a menores de 12
anos), de Chico Teixeira, que
visa a vida de uma manicure
casada com um motorista de
táxi e mãe de alguns filhos.
Existe outra manicure meio
recente no nosso cinema, a de
"Um Céu de Estrelas". Mas, ali,
o drama era pessoal e explosivo. Aqui, é familiar e surdo:
uma seqüência de não-ditos, de
silêncios é que ordena os acontecimentos.
Silêncios que designam uma
busca, talvez não um encontro.
Como muitos outros filmes recentes, "A Casa de Alice" não
articula a passagem do particular ao geral. Talvez nem pretendesse isso, mas, então, é
inevitável perguntar: para quê,
então?
Texto Anterior: Documentário: Intelectuais discutem "Brasil da Virada" Próximo Texto: Resumo das novelas Índice
|