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SP provinciana é registrada por Farkas em livro sobre o Pacaembu
Obra com imagens do estádio e do bairro é lançada hoje no Museu do Futebol
MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL
"Não consigo ficar longe do
Pacaembu." A frase de Thomaz
Farkas, 84, serve de síntese para apresentar mais um livro
com fotografias de sua autoria,
que é lançado hoje no Museu
do Futebol, sediado no estádio
do Pacaembu, em São Paulo.
O fotógrafo, cineasta e produtor húngaro radicado no
Brasil desde 1930 hoje mora em
Higienópolis, nada distante do
estádio e do bairro que foi foco
de suas lentes nos anos 40, que
retrataram paisagens com ar
rural e freqüentadores dos dérbis paulistas trajando terno,
gravata e chapéu.
"Thomaz Farkas, Pacaembu"
tem alguns dos seus registros
mais famosos, como os que fazem da antiga concha acústica
(demolida para construírem o
atual tobogã) espaço para experimentações geométricas.
Essas experiências foram importantes para firmar o nome
de Farkas como um dos renovadores da fotografia brasileira,
ao lado de parceiros do Foto Cine Clube Bandeirante (e também transgressores), como Geraldo de Barros (1923-1998) e
German Lorca, 86.
Mas é dos momentos da infância que o Pacaembu ressoa
mais nas memórias do corintiano Farkas. "Brincava muito e
fotografava muito por lá", conta ele à Folha, que foi morar na
antiga travessa Buri, depois de
anos na Bela Vista. Farkas lembra bastante da Esquadrilha
Invencível, turma das redondezas que pedalava pelos caminhos de terra do bairro e que
promovia disputados combates
de espadas de mentira.
"Desde pequeno, o bairro me
marcou muito. Tenho de agradecer aos meus filhos [Kiko e
João] pela seleção das imagens
e pelo texto do Juca [Kfouri,
colunista da Folha, que assina
a introdução]", diz o fotógrafo,
que doou cerca de 35 mil imagens originais para o Instituto
Moreira Salles, que cuidará da
sua preservação e digitalização.
"Agora tudo está seguro."
Grande parte dos registros
de "Thomaz Farkas, Pacaembu" é do público do estádio nos
anos 40, a maioria em trajes
elegantes e em alguns cliques
bastante conhecidos, como o
das crianças balançando as
pernas nas arquibancadas. Mas
o interesse maior da publicação vem de imagens menos conhecidas, como as que retratam o loteamento da Companhia City, ainda em desenvolvimento, pontuado por barrancos, ruas sem asfalto e horizontes livres de construções.
THOMAZ FARKAS, PACAEMBU
Editora: DBA
Quanto: R$ 90 (142 págs.)
Lançamento: hoje, das 18h30 às
21h30, no Museu do Futebol (estádio
do Pacaembu, pça. Charles Miller, s/
nº)
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