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Nestrovski é novo diretor da Osesp
Músico, crítico e professor será responsável por definir o repertório da orquestra e supervisionar atividade educacional
Em entrevista após anúncio, articulista da Folha e editor da Publifolha diz que quer "reforçar personalidade"
da orquestra paulista
JOÃO BATISTA NATALI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A Fundação Osesp anunciou
ontem a nomeação de Arthur
Nestrovski, 49, para o cargo de
diretor artístico e cultural da
orquestra sinfônica paulista.
Músico e professor, Nestrovski
é também articulista da Folha
e editor da Publifolha, funções
que deixará de exercer.
O ex-presidente Fernando
Henrique Cardoso, que preside
o Conselho da Osesp (Sinfônica do Estado de São Paulo),
afirmou que a entrada na orquestra de Nestrovski consolida "um modelo de governança"
mais descentralizado, que vem
sendo implantado há 11 meses,
desde a saída do maestro John
Neschling -que acumulava os
cargos de diretor artístico e regente titular.
No cargo de regente principal, continua Yan Pascal Tortelier, maestro francês radicado
no Reino Unido, cujo contrato
com a Osesp foi recentemente
renovado até o final de 2011.
Nestrovski afirmou conceber entre suas tarefas "pensar
segundo o contexto brasileiro e
de São Paulo aquilo que a orquestra deve fazer de específico para reforçar sua personalidade". Disse que recebeu o primeiro esboço de convite há
cerca de seis meses, mas que a
aceitação só ocorreu na sexta.
A programação da Osesp é
definida com bastante antecedência. A de 2010 foi anunciada
há meses e já teve quase todas
as assinaturas vendidas (as
vendas acabam dia 14). A de
2011 está definida pela metade.
O diretor artístico define o
repertório a ser interpretado
nas temporadas anuais, dá diretrizes em setores como a restauração ou edição de partituras, supervisiona as atividades
educacionais da orquestra e
ainda participa da seleção ou
promoção de músicos. Nestrovski é um diretor contratado e não exerce um mandato
por um período determinado.
Ele é articulista da Folha
desde 1992, onde escreve sobre
música e literatura. Foi ainda
professor da PUC-SP de 1991 a
2005 e é autor, entre outros livros, de "Outras Notas Musicais" e "Bichos que Existem e
Bichos que Não Existem", infantil premiado com o Jabuti.
Doutorou-se em música e literatura pela Universidade de Iowa (EUA) e, em 2004, voltou a
atuar profissionalmente como
violonista.
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