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Museu da USP deve receber acervo
DA REPORTAGEM LOCAL
A coleção de Edemar Cid Ferreira deve ser transferida para o
MAE (Museu de Arqueologia e
Etnologia) da Universidade de
São Paulo (USP). A intenção do
Instituto do Patrimônio Histórico
e Artístico Nacional (Iphan) é que
o MAE fique com a guarda provisória das peças. O destino final da
coleção deve ser alguma instituição na região de origem do acervo, na Amazônia.
Não há ainda um projeto definitivo para o acervo. Uma das hipóteses seria dividi-lo entre a USP e
o museu Goeldi. Uma das carências do MAE é justamente cerâmica marajoara, que forma o cerne
da coleção de Edemar.
A arqueóloga Denise Schaan
acredita que o Iphan terá a oportunidade de reparar um erro histórico -a de levar para a Ilha de
Marajó (PA) um acervo que possa
ser usado para fortalecer o turismo na região e estimular o desenvolvimento sustentado.
Na ilha já há um projeto que pode funcionar como base de um futuro museu. Em Cachoeira de
Arari, cidade de 17 mil habitantes,
existe o Museu do Marajó, uma
entidade comunitária criada em
1983 pelo padre Giovanni Gallo.
Denise acha que hoje o museu
não tem condições de receber peças do acervo de Edemar -só
após uma reforma do espaço. A
arqueóloga encaminhou à Petrobras um projeto, orçado em R$
300 mil, para criar uma reserva
técnica e dotar o museu de computadores.
A museóloga Ana Maria Leitão,
que trabalhou no acervo de Edemar, diz que é uma "temeridade"
a transferência do acervo para o
poder público.
"Será que as instituições públicas terão recursos suficientes para
preservar uma coleção desse porte?", questiona a museóloga.
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