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COLEÇÃO FOLHA
Faixa é um dos destaques no próximo volume
Serguei Prokofiev sonoriza o amor célebre de "Romeu e Julieta"
IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A tradução musical da mais célebre história de amor de todos os
tempos é o destaque do próximo
domingo da Coleção Folha de
Música Clássica. A Royal Philharmonic Orchestra toca trechos das
suítes do bailado "Romeu e Julieta", do compositor russo Serguei
Prokofiev (1891-1953).
Prokofiev foi um excelente pianista, que compôs sonatas e concertos para seu instrumento, além
de balés, óperas e música de câmera. Passou alguns anos fora de
sua terra natal depois da Revolução de 1917, mas acabou voltando
à URSS nos tempos de Stálin.
"Romeu e Julieta", de Shakespeare, conta a história do amor
impossível entre dois jovens de
famílias rivais de Verona. Seu final trágico chegou a ser alterado
por diretores de teatro do século
19, e, quando Prokofiev enfrentou
a tarefa de compor um balé para o
Bolshoi de Moscou, ele e seus colaboradores no libreto chegaram
a pensar em um desfecho feliz para a trama.
"As razões que nos levaram a
semelhante barbarismo foram
puramente coreográficas", explicou mais tarde o compositor.
"Pessoas vivas podem bailar, mas
os mortos não têm como dançar
estendidos no solo."
As intenções originais de Shakespeare acabaram sendo preservadas, e Prokofiev concluiu a partitura, em quatro atos, e com 140
minutos de duração, em 1935.
Já a primeira sinfonia do compositor, que também está presente no volume da semana que vem,
é uma obra anterior, tendo sido
escrita no ano do movimento armado que levou os bolcheviques
ao poder. A peça leva o subtítulo
de "Clássica", dado pelo próprio
compositor, por tentar reproduzir os moldes da escola clássica
vienense da segunda metade do
século 18, incorporando as inovações decorrentes de períodos posteriores.
Outra parte importante da produção do compositor foram as
trilhas sonoras para filmes. Além
de escrever para criações de Eisenstein, como "Aleksandr Névski" e "Ivã, o Terrível", Prokofiev
compôs também a música para o
filme "O Tenente Kijé", de Aleksandr Faintsimmer, uma sátira da
burocracia tzarista, cuja suíte encerra o volume da Coleção Folha.
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