São Paulo, sexta-feira, 10 de fevereiro de 2006

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COLEÇÃO FOLHA

Faixa é um dos destaques no próximo volume

Serguei Prokofiev sonoriza o amor célebre de "Romeu e Julieta"

IRINEU FRANCO PERPETUO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A tradução musical da mais célebre história de amor de todos os tempos é o destaque do próximo domingo da Coleção Folha de Música Clássica. A Royal Philharmonic Orchestra toca trechos das suítes do bailado "Romeu e Julieta", do compositor russo Serguei Prokofiev (1891-1953).
Prokofiev foi um excelente pianista, que compôs sonatas e concertos para seu instrumento, além de balés, óperas e música de câmera. Passou alguns anos fora de sua terra natal depois da Revolução de 1917, mas acabou voltando à URSS nos tempos de Stálin.
"Romeu e Julieta", de Shakespeare, conta a história do amor impossível entre dois jovens de famílias rivais de Verona. Seu final trágico chegou a ser alterado por diretores de teatro do século 19, e, quando Prokofiev enfrentou a tarefa de compor um balé para o Bolshoi de Moscou, ele e seus colaboradores no libreto chegaram a pensar em um desfecho feliz para a trama.
"As razões que nos levaram a semelhante barbarismo foram puramente coreográficas", explicou mais tarde o compositor. "Pessoas vivas podem bailar, mas os mortos não têm como dançar estendidos no solo."
As intenções originais de Shakespeare acabaram sendo preservadas, e Prokofiev concluiu a partitura, em quatro atos, e com 140 minutos de duração, em 1935.
Já a primeira sinfonia do compositor, que também está presente no volume da semana que vem, é uma obra anterior, tendo sido escrita no ano do movimento armado que levou os bolcheviques ao poder. A peça leva o subtítulo de "Clássica", dado pelo próprio compositor, por tentar reproduzir os moldes da escola clássica vienense da segunda metade do século 18, incorporando as inovações decorrentes de períodos posteriores.
Outra parte importante da produção do compositor foram as trilhas sonoras para filmes. Além de escrever para criações de Eisenstein, como "Aleksandr Névski" e "Ivã, o Terrível", Prokofiev compôs também a música para o filme "O Tenente Kijé", de Aleksandr Faintsimmer, uma sátira da burocracia tzarista, cuja suíte encerra o volume da Coleção Folha.


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