São Paulo, quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

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Suíço saiu em busca das estrelas do guia "Michelin"

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Não sei de ninguém que radicalizou tanto -até os limites da sanidade, parece- o hobby cada vez mais comum de viajar para comer. Foi o motoboy suíço Pascal Henry, então com 48 anos, que, em 2008, decidiu comer, numa só enfiada, em todos os restaurantes do planeta com três estrelas no "Michelin".
Para isso economizou 30 mil (cerca de R$ 70 mil), fez reservas em 68 restaurantes em 68 dias seguidos e começou o périplo. Até que, no dia 12 de junho, após jantar no mais famoso restaurante do mundo -o El Bulli, na Espanha-, ele se levantou para buscar um cartão de visitas no carro e evaporou.
Deixou sobre a mesa seu caderno e suas fotos. A polícia fez buscas com helicóptero na pequena enseada, e nada. Os 28 restaurantes que faltavam na lista o esperaram em vão.
Só foi encontrado dois meses depois, quando a Interpol o achou tranquilamente sacando dinheiro num caixa eletrônico em sua cidade, Genebra.
Somente no ano seguinte fez declarações. Disse que havia sumido porque sentira-se extenuado e vazio no meio da aventura e que ficou semanas rodando sem destino.
Se a medicina já provou que o excesso de beleza pode enlouquecer (a doença chama-se síndrome de Stendhal), vai ver o excesso de prazer gastronômico também faça vítimas.


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