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DISPUTA JUDICIAL
Editora diz deter Lobato por pelo menos 6 meses
LAURA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Brasiliense afirma que continuará detentora dos direitos autorais de Monteiro Lobato ao menos pelos próximos seis meses.
Uma decisão da corte especial
do Superior Tribunal de Justiça
(STJ), na segunda-feira, devolve a
obra à família do escritor, que assinou contrato com a editora em
1945, três anos antes de morrer.
A disputa já dura quase dez
anos. Os herdeiros solicitaram judicialmente a rescisão do acordo
(cuja duração original era "ad infinitum"), acusando a Brasiliense
de não cumprir cláusulas contratuais. Para eles, a obra foi "neglicenciada" e apresenta edições
"pobres" e "pouco atraentes".
Já a Brasiliense acusa a família
de ter barrado qualquer processo
de modernização dos livros.
A partir da decisão do STJ, o
plano dos herdeiros é negociar
com outra editora, já que ainda
faltam 12 anos para a obra passar
a domínio público. A Globo tem a
preferência, em razão do contrato
para a exibição do "Sítio do Picapau Amarelo" na televisão.
De acordo com Paulo Magalhães, advogado da Brasiliense, a
editora não perderá os livros de
Lobato tão cedo. "Uma série de
atos deverão ser praticados pelo
STJ antes que o julgamento possa
produzir quaisquer efeitos", diz.
Ele afirma que "os julgamentos
proferidos pela corte especial tem
levado cerca de seis meses apenas
para ter os acórdãos publicados".
Só a partir desse período, declara
Magalhães, a família poderá solicitar a interrupção da venda dos
livros de Lobato pela Brasiliense.
Nelson Ranalli, advogado dos
herdeiros, rebate. "Vai ser antes
desse prazo." Segundo ele, o STJ
pode publicar a decisão no "Diário Oficial" da União dentro de
um mês. "Assim que isso ocorrer,
nós iremos solicitar a interrupção
das vendas pela Brasiliense."
Segundo Ranalli, um dos caminhos será solicitar uma liminar
para bloquear a comercialização.
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