São Paulo, sábado, 10 de março de 2007

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Sons da metrópole ressoam em exposição

Pinacoteca do Estado apresenta diário paulistano de Jürgen Partenheimer

Artista alemão renomado em âmbito internacional exibe mais de 40 desenhos, acompanhados de textos, sobre experiência no Copan


MARIO GIOIA
DA REPORTAGEM LOCAL

"O barulho da cidade é forte. E muito alto." A sensação do artista plástico alemão Jürgen Partenheimer, 59, acaba por se revelar nos desenhos que ele fez sobre São Paulo, em uma espécie de diário paulistano que ganha exposição aberta hoje na Pinacoteca do Estado.
Partenheimer já participou de bienais como a de Veneza, além de ter exposto em museus como o nova-iorquino MoMA e o holandês Stedelijk. O artista fez um período de residência no edifício Copan, em pleno centro de São Paulo, entre março e abril de 2005.
A experiência serviu de base para os 42 desenhos, acompanhados de textos, exibidos na Pinacoteca. "São três séries, cada uma de tamanho diferente.
As obras podem ser vistas independentemente dos textos, e vice-versa. Mas me interessa pensar em como eles se misturam", afirma o artista.
Partenheimer, que fez uma série semelhante em Roma, explica as singularidades da paulistana. "Viver em São Paulo é completamente diferente de estar em Roma. E isso é refletido nas obras", diz ele. "Nesta série, basicamente uso preto-e-branco porque São Paulo não é uma cidade colorida. E, por exemplo, o vermelho que utilizo não é festivo, amoroso."
O artista considera que São Paulo "tem energias muito intensas. Sua poética guarda algo de brutalidade, de violência, de velocidade. Mas são todas características muito contemporâneas". Por isso, ele vê com bons olhos o barulho da avenida Tiradentes, que invade o espaço expositivo do prédio histórico da Pinacoteca. O elogio dessas cacofonias também é claro nos textos da mostra.


COPAN/DIÁRIO PAULISTANO - JÜRGEN PARTENHEIMER
Quando:
abertura hoje, às 11h, com debate; de ter. a dom., das 10h às 18h
Onde: Pinacoteca do Estado (pça. da Luz, 2, tel. 0/xx/11/3229-9844)
Quanto: R$ 4 (hoje, entrada franca)


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