São Paulo, terça-feira, 10 de abril de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

Neutralidade é trunfo de "Marcha dos Pinguins"

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Seria "A Marcha dos Pinguins" (HBO Plus, 22h) um filme de defesa da família, como alguns pretenderam ver?
Bem, pode-se ver nas coisas o que se achar melhor. O fato é que a fidelidade (relativa, se bem estou lembrado) dos pinguins a suas fêmeas não ensina nada sobre a existência dos homens, assim como a poligamia canina etc.
Se tem um mérito o detido filme de Luc Jacquet, de 2005, é o de documentar da maneira mais neutra -e, portanto, mais honesta- possível a difícil existência desses animais do frio.
Nesse sentido, o filme não deixa de evocar o soberbo "Nanook" (1922), de Flaherty, onde cada passo se apresenta como risco. De resto, existe um aspecto misterioso nisso tudo, que é a estranha semelhança física entre humanos e pinguins, que parecem gente vestida de garçom. Esse último aspecto é que talvez leve tanta gente a ver o filme fazendo aproximações infundadas. Nossas fidelidades ou infidelidades não têm nada a ver com isso.


Texto Anterior: Variedades: Estréia ano 2 do "Circo do Edgard"
Próximo Texto: Resumo das novelas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.