São Paulo, Sábado, 10 de Abril de 1999
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Obra estará em CD-ROM

da Reportagem Local

Após a restauração, o livro de Gaspar Barleu sobre Maurício de Nassau poderá ser adquirido em CD-ROM, com a tradução para o português publicada em 1940 por encomenda do então ministro da Educação, Gustavo Capanema.
O livro também poderá ser acessado através da home page da Biblioteca Nacional na Internet -com a restrição de que as ilustrações não podem ser copiadas- ou consultado por pesquisadores devidamente autorizados.
A restauração do livro de Barleu deverá ser concluída até o final do ano. Em setembro ou outubro, parte do trabalho poderá ser visto em uma exposição na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.
Além da tradução de 1940, hoje também restrita às seções de "livros raros" das bibliotecas, existem poucas outras edições em português do livro, traduzido para o alemão em 1659 e para o holandês apenas em 1923.
A reportagem da Folha encontrou somente duas: uma de 1974, da editora Itatiaia, e outra de 1980, publicada pela Fundação Cultural do Recife. A primeira ainda pode ser encontrada em algumas livrarias.
A obra de Barleu não é, porém, a única raridade em tal estado de decomposição no acervo da BN. Pelo menos 600 documentos, entre manuscritos, livros raros e peças iconográficas se encontram guardados em cofres sem poder ser manuseados ou consultados.
É o caso, por exemplo, de um exemplar da primeira edição de "Os Lusíadas", do poeta português Luis de Camões, ou "A Tragédia", de Sêneca, livro de 1517 e que se encontra "em estado de calamidade", segundo a diretora da Sabin, Ana Montenegro.
Entre os manuscritos, estão partituras originais de compositores como Villa-Lobos, Chiquinha Gonzaga e Carlos Gomes. Há cartas de d. João 6º, do padre Antonio Vieira e de Napoleão Bonaparte, além da "Epístola" de Cristóvão Colombo, de 1493, talvez o livro mais antigo existente sobre o Novo Mundo.
""Em estado deplorável", segundo Montenegro, também estão peças iconográficas como os 29 volumes de gravuras de Giovanni Piranesi, um dos maiores gravuristas do século 18, e 136 matrizes do brasileiro Oswaldo Goeldi. (CM)


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