São Paulo, Sábado, 10 de Abril de 1999
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CRÍTICA/ALFA REAL
Noite das cordas teve pouco público

especial para a Folha

É difícil entender porque a segunda noite do Heineken Concerts -anteontem, em São Paulo- atraiu uma platéia tão reduzida. A ocupação do teatro Alfa Real não chegou a 40%.
O mais curioso é que o programa da noite tinha, ao menos, uma atração com a qual o grande público está bem familiarizado: a trilha sonora do filme "Central do Brasil", que foi apresentada ao vivo pela primeira vez.
Quem imaginou que o concerto comandado pelo maestro e violoncelista Jaques Morelenbaum seria uma mera reprodução do que se ouve no filme errou.
Com o autor Antônio Pinto ao piano, acompanhado pela orquestra de cordas String Ensemble, a trilha de "Central do Brasil" ganhou mais expressividade, confirmando que independe da ação do filme para emocionar a platéia.
E o efeito não foi diferente, quando Morelenbaum e Pinto exibiram peças que escreveram para os filmes "Tieta do Agreste", "O Quatrilho" e "O Primeiro Dia".
Quem também imaginou que o encontro do contrabaixista Zeca Assumpção com o guitarrista norte-americano John Scofield resultaria em mais uma informal "jam session" voltou a errar.
Discreto e bem integrado ao grupo formado por Nando Carneiro (violão), Lelo Nazário (teclados) e Caíto Marcondes (percussão), além de Morelenbaum (cello), Scofield contribuiu para realçar as intrigantes composições de Assumpção e Carneiro, com sua sonoridade ácida e distorcida.
Misturando ritmos nordestinos, muito improviso e até passagens aleatórias, Assumpção e seus convidados fizeram um concerto sem concessões. Música criativa para ouvidos sem preconceitos, abertos ao novo. (CC)


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