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CRÍTICA/ALFA REAL
Noite das cordas teve pouco público
especial para a Folha
É difícil entender porque a segunda noite do Heineken Concerts
-anteontem, em São Paulo-
atraiu uma platéia tão reduzida. A
ocupação do teatro Alfa Real não
chegou a 40%.
O mais curioso é que o programa
da noite tinha, ao menos, uma
atração com a qual o grande público está bem familiarizado: a trilha
sonora do filme "Central do Brasil", que foi apresentada ao vivo
pela primeira vez.
Quem imaginou que o concerto
comandado pelo maestro e violoncelista Jaques Morelenbaum seria
uma mera reprodução do que se
ouve no filme errou.
Com o autor Antônio Pinto ao
piano, acompanhado pela orquestra de cordas String Ensemble, a
trilha de "Central do Brasil" ganhou mais expressividade, confirmando que independe da ação do
filme para emocionar a platéia.
E o efeito não foi diferente, quando Morelenbaum e Pinto exibiram
peças que escreveram para os filmes "Tieta do Agreste", "O Quatrilho" e "O Primeiro Dia".
Quem também imaginou que o
encontro do contrabaixista Zeca
Assumpção com o guitarrista norte-americano John Scofield resultaria em mais uma informal "jam
session" voltou a errar.
Discreto e bem integrado ao grupo formado por Nando Carneiro
(violão), Lelo Nazário (teclados) e
Caíto Marcondes (percussão),
além de Morelenbaum (cello), Scofield contribuiu para realçar as intrigantes composições de Assumpção e Carneiro, com sua sonoridade ácida e distorcida.
Misturando ritmos nordestinos,
muito improviso e até passagens
aleatórias, Assumpção e seus convidados fizeram um concerto sem
concessões. Música criativa para
ouvidos sem preconceitos, abertos
ao novo.
(CC)
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