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CRÍTICA/TOM BRASIL
Encontro beira a perfeição técnica
CARLOS BOZZO JUNIOR
especial para Folha
A primeira noite do Heineken
Concerts, no Tom Brasil, aconteceu na última quinta-feira com o
inspirado encontro de Egberto
Gismonti, Jane Duboc e Gilberto
Gil. Beirando a perfeição técnica,
os artistas encantaram o público
ao longo de 2h30 de show, com 20
músicas bem interpretadas.
Tudo começou com Gismonti. O
homem pareceu não se satisfazer
em ter "devorado" as cordas de seu
violão e acabou por fazer o mesmo
com as teclas do piano. Sofisticação e frescor permearam os seus
temas.
Nem mesmo o intermitente
zumbido do som da casa atrapalhou a entrada da cantora Jane Duboc.
Acompanhada por Gismonti ao
piano, interpretou de forma lírica
"Ruth", música gravada originalmente pela mãe de Gismonti no
disco "Cidade Coração".
A belenense se apresentou também ao lado de uma banda, em que
figuravam, entre nove músicos, o
saxofonista Vinícius Dorin, do
grupo de Hermeto Pascoal e o baixista Celso Pixinga (parecidíssimo
com Bill Clinton, usando uma boina estilo Che Guevara).
"Indigo Blue" foi a deixa de Duboc para Gilberto Passos Gil Moreira assumir o palco e "quebrar
tudo".
Suingando e dividindo bem, o
baiano passou com sua voz afinada
por "Se Eu Quiser Falar com
Deus", sem ter como calá-la. Ouviu-se a partir daí, "Refavela",
"Um Sonho", "Procissão" -com
direito a uma evocação a Chico
Science-, "Lamento Sertanejo",
"Expresso 2222" e outros "hits" do
cantor. Mas "Imitação da Vida",
um samba do compositor Batatinha, ficou com o destaque.
Gil penetrou no Darma da Não-Dualidade.
Avaliação:
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