São Paulo, quinta-feira, 10 de maio de 2007

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Ópera "O Guarani" será encenada com música eletrônica e vídeos

Montagem de Carlos Gomes vai ser transformada em espetáculo multimídia

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

Baseada no romance homônimo de José de Alencar (1829-1877), a ópera "O Guarani", de Carlos Gomes (1836-1896) será transformada em um espetáculo multimídia, apoiado por música eletrônica e vídeo.
A história de amor do índio Peri e de Ceci, filha de um nobre português, será transportada do século 16 para tempos atuais. A montagem vai ser apresentada no Tom Brasil, em São Paulo, nos dias 22 de junho (somente para convidados) e em 23/6 (aberto ao público).
Serão vendidos 4.000 ingressos, a R$ 50 (estudantes pagam meia). Depois, deve viajar para Rio de Janeiro e Recife, em datas e locais a serem definidos.
A "versão eletrônica" d'"O Guarani" terá a música original da ópera desconstruída e remixada em parceria pelo DJ Mau Mau e pelo maestro Fabio Gomes de Oliveira.
Originalmente composta por Carlos Gomes como uma ópera-balé em quatro atos, a montagem atual terá apenas um ato, com uma hora de duração.
"Vamos manter no enredo as músicas necessárias para preservar a emoção da história", disse o produtor Coy Freitas, idealizador do projeto, durante a entrevista em que anunciou o evento, ontem de manhã, em São Paulo. A direção artística é de Bia Guedes.
Guedes será responsável pelas projeções de vídeo que serão feitas em 14 telões e que farão interação com os 24 artistas que estarão ao vivo no palco.

Noitada
Além da música eletrônica produzida por Mau Mau e de quatro músicos que tocarão seus instrumentos comandados pelo maestro, o espetáculo terá três cantores ao vivo, dois cantores pré-gravados, um coro de seis pessoas, dez dançarinos e um narrador.
A proposta da montagem, segundo os produtores, é atrair um público que não esteja acostumado a ouvir música erudita e a freqüentar óperas.
Assim, o espetáculo será montado dentro de uma festa de eletrônica. A noite deve ter início às 22h30, com a apresentação de alguns DJs. À 1h, entra a versão remix de "Guarani". Às 2h, um DJ internacional -que ainda será anunciado- dará continuidade ao evento.
Não haverá mesas ou cadeiras -o público ficará em pé e, heresias no mundo erudito, poderá fumar, conversar e se abastecer nos bares do local, que permanecerão abertos.
"A música erudita já tentou de tudo. Agora estamos oferecendo um caminho novo", disse Gomes de Oliveira.
O evento custará R$ 5,7 milhões, sendo que R$ 3,7 milhões serão captados por meio da Lei Rouanet. O projeto, iniciativa do programa V.I.A. Gol, que pretende promover ações culturais no país, foi aprovado no início de março. Informações em www.arteviagol.com.br.


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