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Ópera "O Guarani" será encenada com música eletrônica e vídeos
Montagem de Carlos Gomes vai ser transformada em espetáculo multimídia
THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL
Baseada no romance homônimo de José de Alencar (1829-1877), a ópera "O Guarani", de
Carlos Gomes (1836-1896) será
transformada em um espetáculo multimídia, apoiado por música eletrônica e vídeo.
A história de amor do índio
Peri e de Ceci, filha de um nobre português, será transportada do século 16 para tempos
atuais. A montagem vai ser
apresentada no Tom Brasil, em
São Paulo, nos dias 22 de junho
(somente para convidados) e
em 23/6 (aberto ao público).
Serão vendidos 4.000 ingressos, a R$ 50 (estudantes pagam
meia). Depois, deve viajar para
Rio de Janeiro e Recife, em datas e locais a serem definidos.
A "versão eletrônica" d'"O
Guarani" terá a música original
da ópera desconstruída e remixada em parceria pelo DJ Mau
Mau e pelo maestro Fabio Gomes de Oliveira.
Originalmente composta por
Carlos Gomes como uma ópera-balé em quatro atos, a montagem atual terá apenas um ato,
com uma hora de duração.
"Vamos manter no enredo as
músicas necessárias para preservar a emoção da história",
disse o produtor Coy Freitas,
idealizador do projeto, durante
a entrevista em que anunciou o
evento, ontem de manhã, em
São Paulo. A direção artística é
de Bia Guedes.
Guedes será responsável pelas projeções de vídeo que serão feitas em 14 telões e que farão interação com os 24 artistas
que estarão ao vivo no palco.
Noitada
Além da música eletrônica
produzida por Mau Mau e de
quatro músicos que tocarão
seus instrumentos comandados pelo maestro, o espetáculo
terá três cantores ao vivo, dois
cantores pré-gravados, um coro de seis pessoas, dez dançarinos e um narrador.
A proposta da montagem, segundo os produtores, é atrair
um público que não esteja acostumado a ouvir música erudita
e a freqüentar óperas.
Assim, o espetáculo será
montado dentro de uma festa
de eletrônica. A noite deve ter
início às 22h30, com a apresentação de alguns DJs. À 1h, entra
a versão remix de "Guarani". Às
2h, um DJ internacional -que
ainda será anunciado- dará
continuidade ao evento.
Não haverá mesas ou cadeiras -o público ficará em pé e,
heresias no mundo erudito, poderá fumar, conversar e se
abastecer nos bares do local,
que permanecerão abertos.
"A música erudita já tentou
de tudo. Agora estamos oferecendo um caminho novo", disse Gomes de Oliveira.
O evento custará R$ 5,7 milhões, sendo que R$ 3,7 milhões
serão captados por meio da Lei
Rouanet. O projeto, iniciativa
do programa V.I.A. Gol, que
pretende promover ações culturais no país, foi aprovado no
início de março. Informações
em www.arteviagol.com.br.
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