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Crítica
Paul Verhoeven subverte clichês do gênero terror
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Os privilégios em relação à
ordem natural das coisas costumam se tornar rapidamente
maldição. É uma regra do gênero, do horror. Uma regra tão
usual que hoje em dia é mais
usada em comédias do que no
terror propriamente dito.
Mas Paul Verhoeven não é de
se intimidar com detalhes dessa ordem. Seu prazer parece ser
desafiar a ordem natural do cinema. Reinventar o clichê. Tratá-lo como se nunca antes tivesse sido visitado.
O resultado pode não ser plenamente satisfatório nessa história em que Kevin Bacon faz o
cientista antipático que experimenta em si mesmo a fórmula
da invisibilidade em "O Homem sem Sombra" (AXN,
22h). Como faz desde Frankenstein, a natureza cobrará
um preço.
O cinema também. Como a
feitura é modesta e não tem a
originalidade de um Cronenberg, por exemplo, o filme permanece em um limbo: nem
prestígio nem estouro de bilheteria.
Mas é um espetáculo que se
vê com gosto.
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