São Paulo, sábado, 10 de maio de 2008

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Kboco explora transição entre ateliê e pintura de rua

Artista diz que grafite está saturado em São Paulo

DA REPORTAGEM LOCAL

São Paulo não tem mais quase nada a mostrar de grafite, a "street art" é uma moda passageira e os grafiteiros vivem em uma eterna guerra. Quem dispara tais considerações é o artista goiano Kboco, 29, que tem aberta mostra hoje na galeria Marilia Razuk, em São Paulo. Kboco foi "descoberto" pelo curador Felipe Chaimovich, que viu seu trabalho em Goiânia quando preparava a edição do "Panorama" do MAM-SP (Museu de Arte Moderna de São Paulo) e o incluiu na tradicional exposição, em 2005.
"O mais legal é que ele viu a minha obra em uma galeria. Já estava fazendo a transição da rua para o ateliê", conta ele, que desde aquele ano mora em São Paulo. "Vejo todo o sentido em fazer grafites perto de onde moro [na Vila Sônia], onde não há muita coisa. Mas São Paulo está saturado de grafites, é uma acumulação de símbolos que faz com que nada seja visto."
"O grafite me deu agilidade, mas cada vez mais gosto das minhas telas", diz ele, destacando que existe pouca parceria na rua. "O pessoal da zona leste briga com o da zona sul, há rivalidade entre os grupos." Na galeria, Kboco expõe grandes telas (feitas com tinta acrílica), um "livro" de desenhos, uma intervenção tridimensional e uma com spray. "Aqui, é legal usar esse espaço branco para algo diferente. Lá fora, faz menos sentido", afirma o artista, que diz que a "street art" é um modismo.
"Vem gente de fora, produz-se um monte de coisas figurativas. Acho que o cenário estagnou." No espaço, também são exibidas fotografias do bósnio radicado na Croácia Zlatko Kopljar. "É um trabalho muito político. Tento comentar o absurdo de diversos poderes", diz ele, que registra performances em que fica ajoelhado em locais conhecidos, como Wall Street, em Nova York. (MG)


KBOCO/ZLATKO KOPLJAR
Quando: abertura hoje, às 11h; de seg. a sex., das 10h30 às 19h; sáb., das 11h às 15h; até 6/6
Onde: galeria Marilia Razuk (r. Jerônimo da Veiga, 62, tel. 0/xx/11/ 3079-0853)
Quanto: entrada franca



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