São Paulo, domingo, 10 de junho de 2007

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Crítica

Musical dos anos 30 traz Judy Garland

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Nos anos 30, todo estúdio que se prezassse (e mesmo que não se prezasse) tinha de ter sua menina prodígio. Por quê? Não faço idéia. O fato é que elas faziam um sucesso louco.
A Universal tinha Deanna Durbin, que, parece, salvou o estúdio várias vezes. O maior sucesso era Shirley Temple, da Fox, se bem me lembro. Judy Garland reclamava que Shirley era tudo que a Metro queria ter. Não tinha. Tinha Judy. Talvez a Metro não se desse conta do quanto Judy era superior.
Em 1939, quando faz "Sangue de Artista" (TCM, 18h20), Judy está perfeita para o papel de adolescente, acompanhando Mickey Rooney, que já tinha uns 20 anos, mas como até os 80 ele tinha cara de criança, tudo bem. A história é mais ou menos a mesma de metade dos musicais da época: eles são artistas e tentam emplacar.
Busby Berkeley comanda o espetáculo, e isso significa que o orçamento relativamente baixo será compensado pela enorme energia (partilhada por suas estrelas, sem dúvida).
"Sangue..." foi uma das primeiras produções de Arthur Freed, que renovaria o gênero e o liberaria das imediações do palco, além de lhe dar uma dignidade artística invejável, com seu grupo de diretores (Minnelli, George Sidney, Gene Kelly, Stanley Donen, Charles Walters). E Judy seria uma das principais estrelas dessa nova época, de que "Agora Seremos Felizes" (TCM, 20h), de Vincente Minnelli, é um notável momento inaugural.


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