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Crítica
Musical dos anos 30 traz Judy Garland
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Nos anos 30, todo estúdio
que se prezassse (e mesmo que
não se prezasse) tinha de ter
sua menina prodígio. Por quê?
Não faço idéia. O fato é que elas
faziam um sucesso louco.
A Universal tinha Deanna
Durbin, que, parece, salvou o
estúdio várias vezes. O maior
sucesso era Shirley Temple, da
Fox, se bem me lembro. Judy
Garland reclamava que Shirley
era tudo que a Metro queria ter.
Não tinha. Tinha Judy. Talvez a
Metro não se desse conta do
quanto Judy era superior.
Em 1939, quando faz "Sangue de Artista" (TCM, 18h20),
Judy está perfeita para o papel
de adolescente, acompanhando Mickey Rooney, que já tinha
uns 20 anos, mas como até os
80 ele tinha cara de criança, tudo bem. A história é mais ou
menos a mesma de metade dos
musicais da época: eles são artistas e tentam emplacar.
Busby Berkeley comanda o
espetáculo, e isso significa que
o orçamento relativamente
baixo será compensado pela
enorme energia (partilhada
por suas estrelas, sem dúvida).
"Sangue..." foi uma das primeiras produções de Arthur
Freed, que renovaria o gênero e
o liberaria das imediações do
palco, além de lhe dar uma dignidade artística invejável, com
seu grupo de diretores (Minnelli, George Sidney, Gene Kelly,
Stanley Donen, Charles Walters). E Judy seria uma das
principais estrelas dessa nova
época, de que "Agora Seremos Felizes" (TCM, 20h), de
Vincente Minnelli, é um notável momento inaugural.
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