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"É um filme de amor para pessoas vividas"
DA REPORTAGEM LOCAL
Para sua estréia em longas-metragens, o diretor Paulo
Machline, 40 -indicado ao Oscar com o curta "História de
Futebol", em 2000-, buscava
uma comédia romântica.
Quando o livro "O Natimorto" caiu em suas mãos, Machline achou que "não era bem o
que queria". Mudou de idéia
após ler o romance de Lourenço Mutarelli repetidas vezes.
O diretor passou a ver na trama "a história de amor mais
clássica, em que o cara se apaixona por uma mulher, mas ela
tem que descobrir o mundo antes de voltar para ele".
É um balé de encontros e desencontros o jogo de cena que
Machline propôs aos atores
Lourenço Mutarelli e Simone
Spoladore, intérpretes do casal
principal. A cada vez que um se
aproxima, o outro se afasta, numa tradução corporal de seus
movimentos internos.
O resultado, na opinião de
Machline, "é um filme de amor
para pessoas vividas".
"O Natimorto" tem orçamento de R$ 600 mil. É menos
do que o padrão definido como
"baixo orçamento" pelo Ministério da Cultura: R$ 1 milhão.
Mas é o dobro do que custou "O
Cheiro do Ralo" (2007), no qual
nenhum patrocinador se dispôs a investir, mas que se tornou um sucesso em festivais e
no circuito de filmes de arte.
O novo longa é dos mesmos
produtores do anterior, que
têm na contenção de recursos
uma política deliberada.
"Acho que um primeiro longa-metragem [de um diretor]
tem que ser feito com orçamento menos generoso", diz o
produtor Rodrigo Teixeira.
No entanto, o fato de "O Natimorto" ter quase todas as cenas
rodadas no mesmo cenário (o
quarto do hotel) e contar com
apenas três atores -Betty Gofman vive a mulher do Agente
(Mutarelli)- propicia a Mach-line condições para fazer o orçamento render. As filmagens
terminam neste sábado. O longa deve estrear em 2009.
(SA)
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