São Paulo, terça-feira, 10 de junho de 2008

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"É um filme de amor para pessoas vividas"

DA REPORTAGEM LOCAL

Para sua estréia em longas-metragens, o diretor Paulo Machline, 40 -indicado ao Oscar com o curta "História de Futebol", em 2000-, buscava uma comédia romântica.
Quando o livro "O Natimorto" caiu em suas mãos, Machline achou que "não era bem o que queria". Mudou de idéia após ler o romance de Lourenço Mutarelli repetidas vezes.
O diretor passou a ver na trama "a história de amor mais clássica, em que o cara se apaixona por uma mulher, mas ela tem que descobrir o mundo antes de voltar para ele".
É um balé de encontros e desencontros o jogo de cena que Machline propôs aos atores Lourenço Mutarelli e Simone Spoladore, intérpretes do casal principal. A cada vez que um se aproxima, o outro se afasta, numa tradução corporal de seus movimentos internos.
O resultado, na opinião de Machline, "é um filme de amor para pessoas vividas".
"O Natimorto" tem orçamento de R$ 600 mil. É menos do que o padrão definido como "baixo orçamento" pelo Ministério da Cultura: R$ 1 milhão. Mas é o dobro do que custou "O Cheiro do Ralo" (2007), no qual nenhum patrocinador se dispôs a investir, mas que se tornou um sucesso em festivais e no circuito de filmes de arte.
O novo longa é dos mesmos produtores do anterior, que têm na contenção de recursos uma política deliberada.
"Acho que um primeiro longa-metragem [de um diretor] tem que ser feito com orçamento menos generoso", diz o produtor Rodrigo Teixeira.
No entanto, o fato de "O Natimorto" ter quase todas as cenas rodadas no mesmo cenário (o quarto do hotel) e contar com apenas três atores -Betty Gofman vive a mulher do Agente (Mutarelli)- propicia a Mach-line condições para fazer o orçamento render. As filmagens terminam neste sábado. O longa deve estrear em 2009. (SA)


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