Gravadora: MCD; Quanto: R$ 30, em média; Avaliação: bom
Ná Ozzetti tem a voz e a inteligência necessárias para, num disco com o repertório de Carmen Miranda, não fazer "releituras" modernosas das excelentes canções nem exacerbar o estilo de Carmen -há quem, à guisa de homenagem, cometa paródias grotescas. Respeita tanto a beleza e a graça de "Camisa Listada", "Ao Voltar do Samba", "Na Batucada da Vida" e outras joias que nem ressalta tanto o humor de "...E o Mundo Não se Acabou". Mas esse cuidado, construído em estúdio e não numa gravação ao vivo, é importante para um disco que busca ser original sem deixar de ser reverente.
POR QUE OUVIR: Ná se cerca de grandes músicos, como Dante Ozzetti e Mário Manga, que fazem as vezes do Bando da Lua e dão o clima "um pé no passado, outro no presente". (LUIZ FERNANDO VIANNA)

Instrumental
Pés no Brasil, Cabeça no Mundo
CURUPIRA

Gravadora: independente; Quanto: R$ 20, em média; Avaliação: bom
O trio paulista, formado por André Marques (piano e arranjos), Cleber Almeida (bateria e cavaquinho) e Fabio Gouvêa (baixo e guitarra), dedica grande parte de seu terceiro álbum a inventivas releituras de clássicos da canção brasileira, como "Assum Preto" (Luiz Gonzaga), "As Rosas Não Falam" (Cartola) e "Samba de Uma Nota Só" (Tom Jobim), além da etérea "Certeza", de Hermeto Pascoal, mentor do trio. O show de lançamento será no dia 16 de junho, às 19h, com entrada franca, no Sesc Paulista (av. Paulista, 119, tel. 0/xx/11/ 3179-3700; classificação indicativa: livre), em São Paulo.
POR QUE OUVIR: O Curupira já é uma referência entre a nova geração da música instrumental brasileira. (CARLOS CALADO)

Rock
Mustang Bar
STELA CAMPOS

Gravadora: independente (distribuição: Tratore); Quanto: R$ 20, em média; Avaliação: bom
Desde o começo dos anos 90, Stela Campos vem construindo uma bela carreira à margem do mainstream, rodeada de nomes importantes da cena alternativa brasileira, do mangue beat do Recife ao Funziona Senza Vapore, de SP. Em seu quarto disco, o rock garageiro e psicodélico ganha espaço, como na excelente faixa de abertura, "Laura Te Espera com uma Arma na Mão", além da eletrônica retrô de "Supermarket Dreams". O folk, sua marca registrada, não sumiu. Ele dá as caras na faixa-título e na introspectiva "Apartamento".
POR QUE OUVIR: Quando é folk, a cantora consegue como poucas imprimir um tom melancólico, de outono. Quando é rock ou psicodélica, é como se repassasse alguns dos melhores momentos da música pop dos anos 60 aos 80. (BRUNO YUTAKA SAITO)


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