São Paulo, quarta-feira, 10 de junho de 2009 |
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CONEXÃO POP Coisas
THIAGO NEY DA REPORTAGEM LOCAL ÁS VEZES a impressão é que muito da dance music é feita com os olhos (e bolsos) em direção das academias de ginástica e das FMs comerciais. As batidas são aceleradas, momentos calmos são milimetricamente colocados antes de picos de euforia, numa montanha-russa previsível e banal. É assim o que vem saindo do "novo" electro, de Calvin Harris... e até dos classudos Basement Jaxx, no novo single, "Raindrops". Se a dupla sabia dosar vocais animados com timbres agudos em faixas como "Romeo" e "Where's Your Head At?", em "Raindrops" a mão pesa em uma atmosfera pretensamente carnavalesca. Na dance music, melhor ficar com outra dupla, a belga Aeroplane. O duo criou um dos mais belos remixes dos últimos tempos ("Paris", originalmente do Friendly Fires) e agora pintou na internet uma versão deles para "Kilometer", do Sebastien Tellier (francês que balança entre o cool e o cafona e que deve vir ao Brasil no segundo semestre, dentro do festival Coquetel Molotov). A disco music ganha contornos pop e delicados nas mãos do Aeroplane. Com habilidade cirúrgica, cortam vocais, manipulam vocais, distorcem timbres... Dá para ouvir no agregador de blogs Hype Machine (http://hypem.com). Sábado passado rolou o primeiro dia do Popload Gig, festival que reuniu Holger (São Paulo), No Age e Matt & Kim (ambos dos EUA). O clube Clash, em São Paulo, estava quase cheio (mais de 500 pessoas), quando a dupla No Age provocou uma das barulheiras mais ensurdecedoras ouvidas na cidade. Enquanto o baterista martelava incessantemente, o guitarrista abusava de efeitos para criar um ambiente noise furioso. Antes, os paulistanos Holger protagonizaram um show animado, em que as guitarras são utilizadas com criatividade. A decepção (para mim pelo menos) foi o duo Matt & Kim. Esperava, ao vivo, que a dupla proporcionasse uma espécie de caos roqueiro. O que vi foram integrantes que visivelmente se divertiam no palco, mas cuja alegria tangenciava o infantilismo. Tocaram até um trecho de "Final Countdown", faixa ultra-brega da banda Europe. Esse tipo de ironia já deu faz tempo. Pouca ou quase nada irônica são as faixas do grupo pernambucano Amp. Rock brutal, que fica entre o heavy metal e o punk. "Pharmako Dinamica", disco de estreia, é pesado, denso. Mais em www.myspa ce.com/amprockrecife. Estive nesta semana em uma conversa promovida pela revista "Pix" com Stefhany, cantora de 17 anos que tornou-se fenômeno pop com a faixa "Novo Sucesso" -em que ela desdenha do ex-namorado e passeia num Cross Fox. No YouTube, o vídeo de "Novo Sucesso" já teve mais de 1 milhão de visualizações, o que levou a jovem a cantar com Preta Gil, Claudia Leitte e a se apresentar no "Domingo Legal". Sua agenda de shows está lotada até o final do ano. Mas, ao ser questionada na conversa sobre o fato de ter se transformado em um inesperado sucesso, Stefhany disse que não se acha bem-sucedida. "Eu não sou um sucesso. Não sei o que é sucesso." Enquanto algumas bandas e cantoras estão nas nuvens ao receber meia dúzia de acessos no MySpace, Stefhany mantém os pés no chão. thiago.ney@grupofolha.com.br Texto Anterior: Dupla se conheceu em aniversário Próximo Texto: Turistas exploram grafites de São Paulo Índice |
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