São Paulo, quarta-feira, 10 de junho de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

TELEVISÃO

Crítica

"Assédio" é filme de rara sensualidade

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

Durante quase toda a vida, Bernardo Bertolucci nos deu mais estilismo do que estilo, é mais ou menos o que diz Jonathan Rosenbaum, o grande crítico americano. Fiquei feliz de descobrir essa afinidade: também não sou fã do italiano e também fiquei fascinado com "Assédio" (TC Cult, 1h55, classificação: não indicado para menores de 12 anos).
Este filme de 1998 de certa forma se constitui num aberto desafio à moda não-me-toques que os EUA andaram exportando. Aqui, há um músico (ou pintor?) inglês que, na Itália, assedia descaradamente uma jovem africana e negra. Existem entre eles todas as distâncias do mundo, se se quiser.
Mas existe a proximidade do desejo, do homem, primeiramente, existe, portanto, o assédio, a vontade de vencer resistências. Existe, com isso, um filme de sensualidade rara (dez vezes mais que "O Último Tango em Paris", por favor!) a que as ruas e cores de Roma servem como baliza.
Rosenbaum chama o filme de obra-prima. Talvez seja.


Texto Anterior: Televisão/Seriado: Duchovny e lésbicas voltam a Warner
Próximo Texto: Resumo das novelas
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.