São Paulo, Segunda-feira, 10 de Julho de 2000
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LITERATURA
Estima-se que tenham sido vendidas 250 mil cópias do quarto volume da série "Harry Potter" no fim-de-semana
Crianças já brindam com o cálice de fogo

France Presse
Crinaças compram o livro "Harry Potter and the Goblet of Fire", na madrugada de sábado, nos EUA


RICARDO GRINBAUM
DE LONDRES

Quando o relógio marcou 0h no sábado, a longa espera acabou. As crianças deixaram de lado os sacos de dormir e os cobertores e puseram as mãos no quarto livro da série "Harry Potter".
Centenas de crianças começaram a chegar na tarde de sexta-feira às livrarias e passaram a noite em filas ou dentro das lojas, ansiosas para levar para casa "Harry Potter and the Goblet of Fire" (Harry Potter e o Cálice de Fogo).
Dezenas de livrarias ficaram abertas durante a noite e programaram shows de mágica para entreter os leitores enquanto não chegava a hora do lançamento.
Com uma tiragem inicial de 5,3 milhões de cópias (1,5 milhão no Reino Unido e 3,8 milhões nos Estados Unidos), a nova aventura do jovem aprendiz de mágica é o maior e mais rápido sucesso da história editorial britânica.
Pelos números do lançamento, a impressão que se tem é que as crianças britânicas passaram o fim-de-semana trancadas em casa, lendo avidamente o enorme livro, de 640 páginas.
Estima-se que foram vendidas 250 mil cópias no sábado e no domingo. Se a estimativa estiver correta, é mais do que o dobro do recorde anterior, um lançamento sobre culinária que vendeu 110 mil exemplares em dois dias.
A livraria virtual Amazon enviou pelo correio 65 mil cópias para o Reino Unido. Pelas contas da Amazon, uma em cada 150 crianças britânicas entre 5 e 14 anos encomendou o título pela Internet.
A Amazon começou a enviar, no sábado, 400 mil cópias para os jovens leitores norte-americanos e alemães. Um quinto livro da série, que nem sequer foi escrito, já é o quarto mais encomendado na livraria virtual.
O livro foi um dos assuntos preferidos da imprensa. Mesmo o tradicional "Times" gabou-se por trazer a primeira resenha do livro. Os críticos literários tiveram de esperar a abertura das lojas, com as crianças, para poder ter acesso ao lançamento.
Tanta ansiedade se explica pelo segredo feito pela editora. O título só chegou às livrarias na sexta-feira à tarde, em caminhões blindados. Os comerciantes tiveram de assinar documentos se comprometendo a só abrir os exemplares depois de meia-noite.
Antes de escrever o primeiro "Harry Potter", J.K. Rowling, 34, estava praticamente falida. Só no ano passado, ela arrecadou R$ 45 milhões com a venda das aventuras do garoto órfão que estuda numa escola de mágicos.
J.K. Rowling pretende escrever sete livros do personagem Harry Potter, que também está sendo levado às telas de Hollywood. Mas seu sucesso ainda não convenceu os críticos literários.


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