São Paulo, Segunda-feira, 10 de Julho de 2000
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CRÍTICA

"Hitler no 3º Mundo" intervém na cena nacional dos anos 60

CARLOS ADRIANO
ESPECIAL PARA A FOLHA

C hamar o filme "Hitler no 3º Mundo" de raro e bizarro talvez não dê o alcance dos estilhaços de sua dimensão. Underground, está à margem do "cinema marginal". Feito em 1968 pelo inquieto artista-pensador de vanguarda José Agrippino de Paula, foi outra de suas intervenções na conturbada e criativa cena nacional dos anos 60.
Em 1966, Agrippino fazia teatro com o grupo Sonda ("Rito do Amor Selvagem", "Tarzan 3º Mundo"). Em 1967, lançou o livro "PanAmérica", paródia intertextual pop e política, que já trabalhava o imaginário cinematográfico em imagens associativas.
A tela era projeção natural das idéias do autor, consumadas num coágulo radical de cacos e signos sobre o impacto da cultura de massa na sociedade alienada.
Com ruptura sintática e desbunde marxista, o filme traz ogros nazistas, samurai antropófago e monstro de HQs numa alegoria tropicalista que debate a desrazão da linguagem. É uma instigante panorâmica pelo caos da "PanAmérica" apocalíptica.



Hitler no 3º Mundo
Hitler no 3º Mundo
    
Direção: José Agrippino de Paula
Produção: Brasil, 1968
Quando: hoje, às 14h, no Espaço Unibanco de Cinema, sala 1




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