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Livro examina universo do mangá
Trabalho do jornalista Paul Gravett mostra que gênero é muito mais que HQ com personagens de olhos grandes
Da Segunda Guerra Mundial ao criador Osamu Tezuka, autor revela os responsáveis por quadrinhos japoneses terem virado um sucesso
PEDRO CIRNE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A definição de mangá é simples: uma história em quadrinhos japonesa. Visualmente
também é fácil distingui-lo das
HQs ocidentais: são personagens caricatos, com olhos grandes, e cenas carregadas no exagero. Essa, entretanto, é apenas
a superfície. E é para se aprofundar nessa cultura que o jornalista Paul Gravett escreveu
"Mangá - Como o Japão Reinventou os Quadrinhos", que está sendo lançado no Brasil.
Gravett apresenta dois fatores essenciais na formação do
mangá. O primeiro foi a influência dos quadrinhos norte-americanos, que entraram no
país com o fim da Segunda
Guerra Mundial, em 1945.
Eram HQs coloridas, alegres e
baratas, que tiveram grande
aceitação entre as crianças japonesas do pós-guerra.
O sucesso dos quadrinhos
feitos nos Estados Unidos tornou-se um estímulo para a produção local. Os leitores consumiam cada vez mais, e as editoras passaram a lançar revistas dos mais diversos gêneros e
com cada vez mais páginas. Hoje, cada edição pode ter 200,
400 ou mais de mil páginas.
Apesar do tamanho, o preço
do mangá tradicional não é um
problema: eles são baratos o suficiente para que o leitor compre um por dia e o jogue fora, e
não há nada de anormal nisso.
O segundo fator foi, na verdade, uma pessoa: Osamu Tezuka,
o homem que criou os fundamentos do mangá. Não há artista de mangá que não tenha sido
influenciado por ele. Em mais
de 40 anos de carreira, Tezuka
escreveu e desenhou 150 mil
páginas de quadrinhos em 600
títulos de mangá (como "Astro
Boy" e "Buda") e 60 trabalhos
de animação ("Kimba, o Leão
Branco" e "Marine Express").
Gravett parte desses dois fatores para se aprofundar no
universo dos mangás: a variedade de gêneros, o mercado, os
autores, as diferenças em relação aos quadrinhos ocidentais
etc. Mangá é muito mais do que
HQ com personagens de olhos
grandes, e Gravett mostra isso.
MANGÁ - COMO O JAPÃO REINVENTOU OS QUADRINHOS
Autor: Paul Gravett
Editora: Conrad
Quanto: R$ 75, em média (184 págs.)
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