São Paulo, sábado, 10 de julho de 2010

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PAINEL DAS LETRAS

MARCOS FLAMÍNIO PERES marcos.flaminio@grupofolha.com.br

Diversão ésolução, sim

Barbara Ehrenreich: o nome dá trabalho de pronunciar (errenraich),mas suas teses são redentoras. Em "Dançando nas Ruas", que está saindo no Brasil pela Record, a socióloga e jornalista americana defende que concertos de rock e eventos esportivos, como a Copa do Mundo, são umas das poucas formas legítimas de catarse coletiva contemporânea.
"Apesar de altamente comercializados, podem ser muito divertidos", diz, em entrevista à coluna. Sobre raves: "É muito ruim que pessoas mais velhas não se sintam bem nelas (ou vão pra cama cedo demais?)". Psicanálise? "Freud investiu demais na individualidade e não entendeu as festividades públicas."



Jorge Saenz - 3.jul.2010/Associated Press
Torcedores paraguaios assistem ao jogo contra a Espanha

// A FESTA CONTRA A GUERRA
Ehrenreich viveu de subemprego por vários meses, nos EUA da era Clinton (1993-2001), para escrever o já clássico "Miséria à Americana". Intelectual de esquerda, diz que o governo do democrata Obama fez "algumas boas mudanças, mas, na maior parte, tem sido decepcionante".
Socialismo favorece o êxtase coletivo? "Infelizmente, como na União Soviética, a norma eram as paradas militares." Mas defende que "um revival de festividades" pode conter a escaladade Estados militaristas.
Não se deixa seduzir pela tese da manipulação das emoções na "sociedade do espetáculo" (Guy Debord).
Mas também não celebra as novas mídias "as redes sociais, como o Facebook, são uma forma de celebração coletiva? "Não para mim!"

Jim Young - 12.mai.10/Reuters
AÇÃO PATRIÓTICA
Feminista de raiz, autora de "O Mito da Beleza", Naomi Wolf bate pesado no rumo que a democracia vem tomando nos EUA, em "O Fim da América" (Record); pede o resgate do orgulho nacional

Brecht básico
Originalmente uma tese de mestrado escrita em 1982, "Trabalho de Brecht" (Duas Cidades/34), de José Antonio Pasta, se debruça sobre os aspectos clássicos por trás da obra de um dos autores mais revolucionários da história do teatro. Reeditado 14 anos depois, é um divisor de águas no Brasil sobre o dramaturgo alemão (1898-1956), autor de "Mãe Coragem e Seus Filhos" e "A Vida de Galileu".

Copa no ventilador
O meio de campo da seleção inglesa Joe Cole será o primeiro a contar em livro a desastrosa campanha de sua equipe nesta Copa. Badalada, ela caiu nas oitavas de final, goleada pela Alemanha por 4 a 1, em meio a rumores de displicência, vaidade e brigas internas. "My Autobiography" (Minha Autobiografia) "ainda não comprada no Brasil" sai pela Simon & Schuster no mês que vem.


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