São Paulo, quinta-feira, 10 de agosto de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

SHOW
Percussionista produz disco do Cordel do Fogo Encantado, com quem toca em SP
Naná Vasconcelos troca o jazz pelo eletrônico

DA REDAÇÃO

Naná Vasconcelos dá um passo atrás para pular dois à frente. O percussionista brasileiro radicado há 26 anos em Nova York foi buscar no repente, no bumba-meu-boi, no coco e no maracatu da infância nordestina a inspiração para, quem diria, enveredar pela música eletrônica. Agora, diz, quer cair na dança -mais exatamente, nas pistas de dança. As primeiras pegadas desse passeio pela nova seara vão poder ser mapeadas no disco de estréia da banda pernambucana Cordel do Fogo Encantado, que terá produção assinada por Naná. Daí o encontro entre ambos esta noite no palco do Sesc Pompéia, onde o percussionista faz participação especial, numa de suas raras aparições paulistanas nos últimos tempos.
Naná enrabichou-se com o Cordel há pouco menos de seis meses. "Eles me convidaram pra produzir o disco durante o festival RecBeat, e combinamos que eu iria acompanhar o grupo mais de perto." Disso nasceu a turnê que começou pelo interior paulista, baldeou no Rio e chega a São Paulo.
A aproximação tem enchido Naná de idéias -e todas levam aos caminhos que ele escolheu para si mesmo neste momento. "Fiquei conhecido por fazer uma percussão orquestral e quero tentar uma forma mais rítmica agora", conta. O jazz, fonte constante de inspiração de Naná, caiu numa encruzilhada que o incomoda. "Os jazzistas estão num beco sem saída. Os que não aceitaram entrar na música eletrônica estão fazendo releituras de Charlie Parker ou de New Orleans", diz. Não é seu caso. Fã de drum'n'bass e de acid jazz, ele quer entrar de sola no gênero que mais influencia a produção musical contemporânea. "Meu próximo disco vai ser todo eletrônico", avisa. "A riqueza de ritmos e sonoridades do Brasil tem tudo a ver com a música eletrônica. Quero entrar fundo nisso. Tenho pretensões de ser tocado nas pistas de dança", diz o percussionista, que tem apenas três de seus 17 discos lançados no mercado nacional.
As experimentações com o Cordel começam no final deste mês, em Recife, onde o grupo originário de Arcoverde entra em estúdio. "Vou para a terra deles pra gravar coisas de lá, boiadeiros, sanfoneiros, e fazer "loops" disso. Em duas semanas acabamos tudo e começo a mexer no meu disco."


Show: Cordel do Fogo Encantado e Naná Vasconcelos
Quando: hoje, às 21h
Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93, tel. 0/xx/11/3871-7700)
Quanto: R$ 12 e R$ 6 (estudantes, comerciários e aposentados)


Texto Anterior: Relâmpagos - João Gilberto Noll: Cilada
Próximo Texto: Música Digital: Artistas investem em divulgação on line
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.