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João Emanuel Carneiro inventa protagonista dúbio em "A Cura"
Minissérie estreia hoje com incerteza sobre caráter de curandeiro
CLARICE CARDOSO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO
Aos nove anos, o autor
João Emanuel Carneiro passou um mês na cidade mineira de Diamantina. Ficou impressionado.
"Minha mãe foi do Iphan
[Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional].
Eu viajava sempre com ela.
Dali, ficou marcado em mim
a coisa do não dito, do velado", explica o autor à Folha
em café de livraria carioca.
Essa atmosfera mística está em "A Cura", minissérie
gravada na cidade e coassinada por Marcos Bernstein.
Para os órfãos de "A Favorita", novela dele de 2008,
Carneiro volta a criar uma
trama centrada na incerteza
acerca do caráter de um protagonista. Neste caso, trata-se de Dimas (Selton Mello),
um médico com dons curativos que volta à cidade natal
depois de, ainda menino, ter
levado a culpa por um incidente que matou um colega.
"Tudo gira em torno da dubiedade dele, entre matar e
curar", explica. "A ideia é antiga, sempre quis contar a
história de um curandeiro e
mexer com o fantástico no
imaginário brasileiro."
Há, também, uma história
paralela, enigmática, do século 18: a de um cruel antepassado de Dimas que encontra, ele também, um curandeiro em seus dias.
As referências, explica,
não têm a ver com religião.
"Não segui manuais religiosos. A série é uma grande
pergunta, não uma resposta." Mas dá a dica: "Parte da
ideia vem de histórias que
minhas tias-avós de Varginha me contavam".
NA TV
A Cura
Estreia da série em nove capítulos
QUANDO hoje, às 22h30, na Globo
CLASSIFICAÇÃO não informada
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