São Paulo, terça-feira, 10 de agosto de 2010

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João Emanuel Carneiro inventa protagonista dúbio em "A Cura"

Minissérie estreia hoje com incerteza sobre caráter de curandeiro

CLARICE CARDOSO
ENVIADA ESPECIAL AO RIO

Aos nove anos, o autor João Emanuel Carneiro passou um mês na cidade mineira de Diamantina. Ficou impressionado. "Minha mãe foi do Iphan [Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]. Eu viajava sempre com ela.
Dali, ficou marcado em mim a coisa do não dito, do velado", explica o autor à Folha em café de livraria carioca. Essa atmosfera mística está em "A Cura", minissérie gravada na cidade e coassinada por Marcos Bernstein.
Para os órfãos de "A Favorita", novela dele de 2008, Carneiro volta a criar uma trama centrada na incerteza acerca do caráter de um protagonista. Neste caso, trata-se de Dimas (Selton Mello), um médico com dons curativos que volta à cidade natal depois de, ainda menino, ter levado a culpa por um incidente que matou um colega.
"Tudo gira em torno da dubiedade dele, entre matar e curar", explica. "A ideia é antiga, sempre quis contar a história de um curandeiro e mexer com o fantástico no imaginário brasileiro." Há, também, uma história paralela, enigmática, do século 18: a de um cruel antepassado de Dimas que encontra, ele também, um curandeiro em seus dias. As referências, explica, não têm a ver com religião.
"Não segui manuais religiosos. A série é uma grande pergunta, não uma resposta." Mas dá a dica: "Parte da ideia vem de histórias que minhas tias-avós de Varginha me contavam".


NA TV

A Cura
Estreia da série em nove capítulos
QUANDO hoje, às 22h30, na Globo
CLASSIFICAÇÃO não informada




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