Paris é pura energia dos desfiles de verão 2004. A cidade inteira pulsa fashion, fashion, fashion. Um soco no estômago: praticamente em segredo, a Balenciaga mostra 24 looks em seu show-room para 200 jornalistas de moda. Mais conceitual do que nunca, o estilista Nicolas Ghesquiere se joga em direção a uma moda baseada na arquitetura, explorando o legado de Cristobal Balenciaga, considerado o estilista dos estilistas. E até ele se rende ao poder das estampas, brilhando em vestidos de desafiadoras proporções, um big bang de cores, abordando também a estrutura dos biquínis. Na história do mix total vale a pena olhar para Junya Watanabe, contemporâneo intérprete de bolinhas e bolonas -e para quem gosta de bolinhas a estação é um prato cheio. Não perca de vista Jun Takahashi, da Undercover. Ele aproveita uma tendência da moda de rua de Harajuku, a brincadeira das meninas que saem de par de vasos, mas em cores trocadas. No desfile da marca, gêmeos desfilam sua moda com toques de street e esporte.
Há uma história de feminilidade no ar, interpretada com excelência por John Galliano na Dior, alegadamente inspirado por Marlene Dietrich, Janis Joplin e Courtney Love, tendo também Suzy 4 na trilha sonora. E também pelo Costume National, desenhando babados a partir da idéia de asas de borboletas. A marca está crescendo e consegue peças básicas, com personalidade.

O QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE MILÃO
É preciso começar a pensar na temporada de Paris pensando em Milão, onde as principais histórias do verão 2004 são o grande impacto de cores e estampas, na mais incrível interpretação de padronagens dos últimos tempos. Um dos primeiros pontos de partida foram os motivos psicodélicos e a sobreposição de Dolce & Gabbana, numa bela apresentação com perfume retrô nas proporções e na sensualidade que as mulheres querem usar hoje. Saí do desfile com uma lembrança de Pucci. Este, por sua vez, desenhado por Christian Lacroix, avança num estilo contemporâneo e traz um Lacroix mais à vontade. Daí, Donatella Versace lembra os tempos áureos de seu irmão, Gianni, desenhando vestidos de noite com a leveza de roupas de praia, florais otimistas e mais leves, ainda que sexy. Confira também o que Roberto Cavalli acha do estilo Cher, inspiração de sua coleção sexualizada -em excesso- e nervosa. Mas, principalmente, foque na versão artsy de Consuelo Castiglioni para a Marni, que projeta histórias de volume em calças e casacos, no adorável mix de estampas que fez sua fama. A cereja da temporada milanesa foi o desfile da Missoni, comemorando 50 anos de vida com um belo desfile. E, ao final, uma retrospectiva trouxe looks desde os anos 50 até os dias de hoje. E claro que o denominador é o famoso ziguezague que ajuda a contar a história do prêt-à-porter italiano. No fim, cai a cortina do cenário para revelar centenas de trabalhadores da marca. Emocionante, todo mundo chorou. Outra grande história foi a volta triunfal de Jil Sander, também usando uma delicada estamparia, marcando um momento de fato mais suave para a moda. Confira a cobertura dos desfiles para o verão 2004 no site www.erikapalomino.com.br.

U-LA-LÁ: FESTINHAS DA SEMANA
Babadex depois dos desfiles. Na terça, o bar brasileiro Favela Chic recebeu até Chico Buarque para o lançamento de seu terceiro CD. A superloja hype Colette fez coquetel para a exposição do descolado Michael Bevilacqua, do clã da galeria Deitch, de Nova York, com casting de DJs do selo hype Tigersushi. Na seção batizada Heavy, capas de discos clássicas interpretadas por artistas contemporâneos.
Na mesma noite de terça-feira o evento mais badalado era a abertura da mostra de artistas japoneses do Palais de Tokyo, patrocinada pela Nike. Confira no endereço www.whiteduke.com.
Ontem teve a festa da "Vogue" francesa e a abertura da primeira loja de Helmut Lang em Paris. E quem movimenta o sábado é a Daslu, já que Donata Meirelles inaugura oficialmente seu apartamento por aqui, aproveitando para convidar amigos e fashionistas internacionais. Na mesma noite, no projeto Thanks God I'm a VIP, apresenta-se o DJ Gregory, nova história da house francesa.
Em Milão, cuja temporada se encerrou no domingo passado, a festa mais badalada foi justamente a da Missoni, na própria sala de desfile, em que vi cenas incríveis da moda, tipo Pat Cleveland se deixando cair na pista de dança, com coreografia de época e tudo. Linda.

palomino@uol.com.br

BRISTOL É O HOTEL FASHION DA ESTAÇÃO
Sem a agitação histérica de um Plaza Athénée, por exemplo, o Le Bristol se confirma como hotel cool para a moda. Nesta temporada, é onde se hospeda o fotógrafo Steven Klein, onde jantou Tom Ford no início da semana, onde a top russa Natalia Vodianova é vista passeando entre os corredores, diva, onde a estilista Stella McCartney é vista em reuniões diárias de trabalho para seu desfile. Sem falar na Fashion Saturdays, as tardes de desfiles que o hotel promove aos sábados em seu luxuoso bar, com um calendário que traz nomes consagrados da moda francesa, para uma clientela mais que VIP. Amanhã tem Escada, no dia 25 é a vez de Yves Saint Laurent...

na noite ilustrada...
E hoje aqui em São Paulo tem set do francês Jack de Marseille, no Lov.e; quem toca por aqui também é Clive Henry, da dupla house Peace Division, no Lassú (r. Iguatemi, 236). O clubinho Pix reabre com festinha de Halloween e André Juliani e Jonas Rocha no som, enquanto o DJ Kbça toca na noite Ciao Bella no ampgalaxy. Sábado tem a divertida festa Max, no Executivo (r. Sete de abril, 425), com Edu Corelli e Giancarlo Lorenci no som mais show da Bianca Exótica (com mais seis bailarinas!!). Quem recebe é a moderna Ronalda. No ampga- laxy tem a noite Vênus Automática com Sérgio Amaral e Thiago Ferraz. O DJ Eugênio Lima e o núcleo Soul Family tocam black no Urbano e o top Renato Lopes é o convidado deste sábado no D-Edge, que na segunda vira cenário para uma das noites de rock mais legais, a On the Rocks, com show da banda Biônica. E atenção para o dress code: fantasy body art, drag, no casual wear e full black

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