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A Capitu do sonho de cada um
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Cada um tem na cabeça a
sua Capitu, o que em parte
explica o fracasso de "Capitu" (Canal Brasil, 22h40), o
filme. Para Paulo Cesar Saraceni, naquele momento,
Capitu era Isabella, o que,
parece, não coincidia com a
convicção da maior parte
dos espectadores.
As musas são traiçoeiras,
e assim Bentinho sofre nas
mãos de Capitu (ou nas de
sua própria imaginação?).
Na verdade, é apenas a imaginação que importa. Saraceni, ao fazer o filme, de certo modo concebeu-o para a
musa -Isabella era sua
mulher na época do filme,
fim dos anos 1960. Mas os
espectadores não viram a
coisa como ele.
Talvez seja o caso de rever
"Capitu", pois não falta dignidade ao filme, cuja adaptação foi feita por ninguém
menos que Paulo Emilio Salles Gomes e Lygia Fagundes Telles, além de Saraceni.
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