São Paulo, segunda-feira, 10 de outubro de 2005

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LAZER E CULTURA

Sesc Santana será inaugurado no próximo dia 22 com uma apresentação de Beth Carvalho e convidados

Sesc abre primeira unidade na zona norte

Fotos Divulgação
Díptico de Fernanda Preto, criado em 2003


JANAINA FIDALGO
DA REPORTAGEM LOCAL

Três décadas após a inauguração da primeira estação de metrô e mais de 20 anos depois da instalação de um shopping center, ainda hoje se ouve, principalmente dos moradores mais antigos da zona norte, a expressão "vou à cidade" para referir-se ao centro.
O termo carrega o ranço de um desenvolvimento que custou a chegar, de uma época na qual, para se resolver pendências, fazer compras e se divertir -assistir a uma sessão de cinema que fosse-, era preciso "cruzar a ponte" em direção a outros bairros.
Faz anos que o lado norte do rio Tietê não está mais à margem "da cidade" e, daqui a 13 dias, a auto-suficiência em termos de entretenimento, cultura e atividades físicas na região será ampliada com a inauguração da primeira unidade do Sesc na zona norte -a 30ª do Estado e a 16ª da Grande SP.
"Faltam várias coisas à zona norte, inclusive um equipamento voltado à cultura, à educação e ao esporte inclusivo", disse à Folha Danilo Santos de Miranda, 62, diretor do Sesc no Estado de SP.
Embora fique no Jardim São Paulo, a unidade ganhou o nome Santana por ser este um bairro de referência na região.
Com 16.568 m2 de área construída e seis pavimentos, o Sesc Santana fica no número 579 da Luiz Dumont Villares, uma ampla via onde nos últimos anos se proliferaram bares e restaurantes. Antes de ser comprado pelo Serviço Social do Comércio, em 98, o terreno abrigava uma fábrica de tintas.
A poucos metros de distância da quadra da escola de samba X-9, a unidade será aberta no próximo dia 22 com um show da sambista Beth Carvalho e convidados, ao ar livre, na via ao lado do espaço.
Unidade de porte médio, à semelhança do Sesc Ipiranga, o novo prédio da rede está orçado em R$ 40 milhões. Tem um teatro com 349 lugares, dois pisos de estacionamento, três piscinas, ginásio, consultórios odontológicos, acesso gratuito à internet e comedoria. A expectativa é receber de 2.500 a 3.000 usuários por dia.

Adaptação + beleza
Colorido, claro e arejado, o espaço com projeto arquitetônico de Miguel Juliano -o mesmo da unidade Pinheiros- concilia beleza, funcionalidade e preocupação ecológica. Além da luz natural que banha as áreas internas -há vidro para todo lado-, a unidade dispõe de um sistema de captação de energia solar (usada no aquecimento da água dos chuveiros), coleta de água pluvial (para descarga dos sanitários) e aproveitamento da água quente do sistema de ar condicionado no aquecimento das piscinas.
Outro tipo de preocupação é com a acessibilidade universal: há código braile na sinalização dos elevadores e rampas que permitem o acesso (e a independência) de cadeirantes a qualquer parte, inclusive à beira das piscinas.

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