São Paulo, segunda-feira, 10 de outubro de 2011

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CRÍTICA ERUDITO

Temporada da Filarmônica de NY abre com solo de Alan Gilbert

SIDNEY MOLINA
CRÍTICO DA FOLHA

"Feliz Ano Novo!" A expressão foi usada por um assinante da temporada da Orquestra Filarmônica de Nova York ao encontrar velhos colegas no Avery Fischer Hall após as férias de verão.
O teatro integra o complexo do Lincoln Center.
Sob a regência de Alan Gilbert -de 44 anos, titular da orquestra desde 2009-, o concerto de quinta-feira passada trouxe também o violinista Frank Peter Zimmermann, artista em residência da atual temporada.
Gilbert e Zimmermann entraram ao lado de 17 músicos -quatro primeiros violinos, quatro segundos, quatro violas, dois cellos, dois contrabaixos e cravo- para tocarem juntos o "Concerto para Dois Violinos", de Johann Sebastian de Bach (1685-1750).
O maestro-violinista alternou os solos dos três movimentos com o virtuose alemão. Quando Bach é bem tocado, a complexidade não recusa a leveza, e os dois músicos saíram do palco conversando tranquilamente.
Zimmermann foi impecável no "Concerto para Violino", de Alban Berg (1885-1935), obra que Gilbert conduziu com musicalidade e precisão. O som das madeiras colava de um jeito único.
Foi o professor Ricardo Rizek (1953-2006) quem demonstrou com categoria que o coral de Bach -citado literalmente por Berg no segundo movimento- é, na verdade, o cerne estrutural da partitura.
Exceto pelo ataque inicial das trompas, a "Sinfonia n.3", de Brahms (1833-1897), saiu perfeita. Gilbert adiciona presença às vozes intermediárias em repertório que havia sido a especialidade de Kurt Masur, um de seus antecessores.
Mas americanos e europeus economizam pedidos de bis, infelizmente.
O clima do início de outono ainda permite caminhar à noite e foi fácil descer 20 quadras pela Broadway até a região de Times Square.
Disso estamos longe: após ter a humanidade restaurada pela música, não seria justo poder andar em paz da Sala São Paulo até o metrô?

FILARMÔNICA DE NY
AVALIAÇÃO ótimo



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