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Para diretor, filme é passatempo
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES
John Singleton diz que seu
"Shaft", ao contrário do também
seu "Boyz'n the Hood" (91), não
tem pretensão de ter mensagens
sociais. "O que está nas telas é minha realidade, não tenho culpa se
ela é polêmica. Este é um filme para sábado à noite, um bom passatempo simplesmente."
Na realidade de Singleton, policiais são corruptos, a Justiça é falha e fazer a coisa certa pelos métodos errados é, muitas vezes, a
única alternativa. "Se você tivesse
tido a minha infância, cercada das
mais bizarras, violentas e racistas
situações, talvez entendesse."
"O cinema me salvou. Quando
entrei na faculdade, estava entre
matar alguém ou fazer filmes."
O Shaft do ano 2000, delineado
em roteiro por Singleton e Richard Price, é de fato um sujeito
mais vingativo e violento do que o
Shaft de 1971. Mas o diretor explica que, em filmes de alto orçamento (esta versão custou US$ 46
milhões), as decisões nunca são
individuais e que ele teve de ceder
muitas vezes. "Se fosse só meu,
Shaft seria mais violento, mais ativo sexualmente, menos racista na
forma e mais musical. Mas a Paramount preferiu cortar as cenas de
sexo e abrandar a violência para
torná-lo mais atraente", disse.
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