São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 2000

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Para diretor, filme é passatempo

ESPECIAL PARA A FOLHA, EM LOS ANGELES

John Singleton diz que seu "Shaft", ao contrário do também seu "Boyz'n the Hood" (91), não tem pretensão de ter mensagens sociais. "O que está nas telas é minha realidade, não tenho culpa se ela é polêmica. Este é um filme para sábado à noite, um bom passatempo simplesmente."
Na realidade de Singleton, policiais são corruptos, a Justiça é falha e fazer a coisa certa pelos métodos errados é, muitas vezes, a única alternativa. "Se você tivesse tido a minha infância, cercada das mais bizarras, violentas e racistas situações, talvez entendesse."
"O cinema me salvou. Quando entrei na faculdade, estava entre matar alguém ou fazer filmes."
O Shaft do ano 2000, delineado em roteiro por Singleton e Richard Price, é de fato um sujeito mais vingativo e violento do que o Shaft de 1971. Mas o diretor explica que, em filmes de alto orçamento (esta versão custou US$ 46 milhões), as decisões nunca são individuais e que ele teve de ceder muitas vezes. "Se fosse só meu, Shaft seria mais violento, mais ativo sexualmente, menos racista na forma e mais musical. Mas a Paramount preferiu cortar as cenas de sexo e abrandar a violência para torná-lo mais atraente", disse.


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