São Paulo, sexta-feira, 10 de novembro de 2000

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MÚSICA
Desistência de seis das principais atrações nacionais não atrapalha planos
Venda de ingressos para o Rock in Rio começa hoje

Divulgação
O cantor norte-americano Beck, uma das atrações da terceira edição do Rock in Rio, que será realizada em janeiro de 2001



ISRAEL DO VALE
DA REPORTAGEM LOCAL

A tormenta decorrente da desistência de seis das principais atrações nacionais a duas semanas do início da venda dos ingressos do Rock in Rio não permitiu que a grade de programação estivesse completa, mas a organização do evento fincou pé no cronograma e torna disponíveis a partir de hoje os ingressos para o maior festival de música já visto no país.
Durante sete dias, entre 12 e 21 de janeiro de 2001, 159 atrações se revezam em quatro diferentes espaços musicais da Cidade do Rock, segundo as contas do organizador desta terceira edição do festival, Roberto Medina.
A quantidade de bandas é três vezes e meia maior que a da edição anterior, de 1991 -que contou com 35 atrações-, assim como a diversidade de estilos.
A ONU musical promovida por este Rock in Rio 3 reúne pop/rock nacional e estrangeiro, bandas mel(odiosas) de perfil adolescente, MPB de todas as gradações, heavy metal, samba, funk, música eletrônica e até rap -o gênero de maior engajamento social, por pouco não descartado pela produção deste Rock in Rio por um Mundo Melhor, e até agora representado apenas pelos paulistas do Pavilhão 9. "Não há preconceito nem medo de nada", afirma Medina, referindo-se a informações de que a organização estaria temendo que as letras combativas do rap incitassem a platéia a ponto de gerar confusão na multidão. "Ouvi os discos de duas bandas ontem e vi que o rap tem letras espetaculares, que falam sobre cidadania, em defesa das minorias", disse na quarta-feira o organizador do evento. "Vou me esforçar para colocar mais um grupo de rap na programação, que quero anunciar na semana que vem."
O rap entra pela porta dos fundos, na brecha aberta com o cisma que desfalcou a programação, depois do "Barraco in Rio" gerado pela debandada de Skank, Raimundos, Charlie Brown Jr., Jota Quest, Cidade Negra e O Rappa, sob alegação de que estariam recebendo atenção e condições técnicas desiguais dos produtores do festival em relação às atrações internacionais.
A venda de ingressos quase sofreu outro revés esta semana, com a ameaça do Ecad -lastreada pela Justiça- de impedir o início da comercialização até que se chegasse a um acordo quanto ao pagamento de direitos autorais sobre as músicas que seriam tocadas no festival -acerto firmado na tarde de quarta-feira.


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