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São Paulo, segunda-feira, 10 de novembro de 2003

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CINEMA

Fórum abre amanhã no Rio

Documenta vai da diversão ao terror

DA REPORTAGEM LOCAL

Qual é a relação entre entretenimento e informação nos filmes documentais? Um time de especialistas se debruça sobre essa questão, na próxima quarta, no que promete ser o mais interessante painel da programação "Brasil Documenta - Fórum Internacional de Documentários", promovida pelo canal GNT, a partir de amanhã, no Rio.
Participam do debate sobre os limites da informação e da diversão os diretores brasileiros Eduardo Coutinho ("Edifício Master"), Paulo Sacramento ("O Prisioneiro da Grade de Ferro"), Luiz Villaça (dos episódios televisivos "Retrato Falado"), o mexicano Juan Carlos Rulfo ("El Abuelo Cheno y Otras Historias") e o produtor inglês Stephen Lambert (do reality show "Tudo É Possível").
Além dos painéis (dois outros temas serão debatidos até quinta: olhar feminino nas obras não-ficcionais e a viabilidade comercial), o "Brasil Documenta" realizará master classes, um balcão de simulação de venda de projetos e a apresentação de trabalhos que conseguiram se viabilizar através de vendas internacionais.
Para todas essas atividades, que ocorrerão na PUC e no IMS (Instituto Moreira Salles), as inscrições estão completas. Mas o público poderá assistir, gratuitamente, de amanhã até domingo, na sala de cinema do IMS, uma mostra de 14 documentários nacionais e internacionais.
Serão exibidas produções que já estiveram em cartaz, como "Nelson Freire", de João Moreira Salles, e "Paulinho da Viola - Meu Tempo É Hoje", de Izabel Jaguaribe, ambos sobre os músicos que lhes emprestam o nome, e filmes inéditos nas salas, porém premiados no circuito de festivais, como "À Margem da Imagem", de Evaldo Mocarzel, sobre a população de excluídos sociais de São Paulo, e "Fala Tu", de Guilherme Coelho", sobre rappers cariocas.
Entre as atrações internacionais está o francês "Ser e Ter", de Nicolas Philibert, que retrata o cotidiano de uma escola rural francesa. Depois de ser apresentado no Festival de Cannes e alcançar o público recorde (para um documentário) de 1,8 milhão de espectadores em seu país, "Ser e Ter" abriu uma discussão sobre os limites da autoria no cinema documental.
O professor Georges Lopez, que aparece no filme conduzindo as aulas das crianças, processou o diretor, o produtor e o distribuidor do filme, de quem exige o pagamento de 250 mil (cerca de R$ 828 mil), por suposta exploração indevida de sua imagem. Lopez alega também ser um dos autores do filme, ao classificar suas aulas registradas no documentário como uma obra. O processo corre na Justiça francesa.

Terrorismo
A mostra exibe também três filmes relacionados ao terrorismo. O israelense "Human Weapon" (Arma Humana), de Ilan Ziv, trata da prática de ataques suicidas por homens-bomba. O filme é produzido por Serge Gordey, que participa do evento brasileiro.
"Black Box Germany" (Alemanha Caixa-preta), de Andreas Veil, acompanha a investigação do assassinato, em 1989, do executivo do Deutsche Bank Alfred Herrhausen, num ataque a bomba. O produtor do documentário, Thomas Kufus, também participa do Brasil Documenta.
Em "My Terrorist" (Meu Terrorista), a israelense Yulie Gerstel, que foi vítima de um ataque terrorista organizado pela Frente Popular para a Libertação da Palestina, em Londres, em 1978, documenta os seus contatos com um dos terroristas, preso.



MOSTRA BRASIL DOCUMENTA. Exibição de 14 documentários nacionais e estrangeiros. Onde: Instituto Moreira Salles (r. Marquês e São Vicente, 476, Gávea, RJ; tel. 0/xx/21/3284-7400). Quando: de amanhã a 16/11. Quanto: grátis. Senhas para a entrada às sessões diárias são distribuídas a partir das 13h.



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