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CINEMA
Fórum abre amanhã no Rio
Documenta vai da diversão ao terror
DA REPORTAGEM LOCAL
Qual é a relação entre entretenimento e informação nos filmes
documentais? Um time de especialistas se debruça sobre essa
questão, na próxima quarta, no
que promete ser o mais interessante painel da programação
"Brasil Documenta - Fórum Internacional de Documentários",
promovida pelo canal GNT, a
partir de amanhã, no Rio.
Participam do debate sobre os
limites da informação e da diversão os diretores brasileiros Eduardo Coutinho ("Edifício Master"),
Paulo Sacramento ("O Prisioneiro da Grade de Ferro"), Luiz Villaça (dos episódios televisivos "Retrato Falado"), o mexicano Juan
Carlos Rulfo ("El Abuelo Cheno y
Otras Historias") e o produtor inglês Stephen Lambert (do reality
show "Tudo É Possível").
Além dos painéis (dois outros
temas serão debatidos até quinta:
olhar feminino nas obras não-ficcionais e a viabilidade comercial),
o "Brasil Documenta" realizará
master classes, um balcão de simulação de venda de projetos e a
apresentação de trabalhos que
conseguiram se viabilizar através
de vendas internacionais.
Para todas essas atividades, que
ocorrerão na PUC e no IMS (Instituto Moreira Salles), as inscrições estão completas. Mas o público poderá assistir, gratuitamente, de amanhã até domingo,
na sala de cinema do IMS, uma
mostra de 14 documentários nacionais e internacionais.
Serão exibidas produções que já
estiveram em cartaz, como "Nelson Freire", de João Moreira Salles, e "Paulinho da Viola - Meu
Tempo É Hoje", de Izabel Jaguaribe, ambos sobre os músicos que
lhes emprestam o nome, e filmes
inéditos nas salas, porém premiados no circuito de festivais, como
"À Margem da Imagem", de Evaldo Mocarzel, sobre a população
de excluídos sociais de São Paulo,
e "Fala Tu", de Guilherme Coelho", sobre rappers cariocas.
Entre as atrações internacionais
está o francês "Ser e Ter", de Nicolas Philibert, que retrata o cotidiano de uma escola rural francesa.
Depois de ser apresentado no Festival de Cannes e alcançar o público recorde (para um documentário) de 1,8 milhão de espectadores
em seu país, "Ser e Ter" abriu
uma discussão sobre os limites da
autoria no cinema documental.
O professor Georges Lopez, que
aparece no filme conduzindo as
aulas das crianças, processou o
diretor, o produtor e o distribuidor do filme, de quem exige o pagamento de 250 mil (cerca de
R$ 828 mil), por suposta exploração indevida de sua imagem. Lopez alega também ser um dos autores do filme, ao classificar suas
aulas registradas no documentário como uma obra. O processo
corre na Justiça francesa.
Terrorismo
A mostra exibe também três filmes relacionados ao terrorismo.
O israelense "Human Weapon"
(Arma Humana), de Ilan Ziv, trata da prática de ataques suicidas
por homens-bomba. O filme é
produzido por Serge Gordey, que
participa do evento brasileiro.
"Black Box Germany" (Alemanha Caixa-preta), de Andreas
Veil, acompanha a investigação
do assassinato, em 1989, do executivo do Deutsche Bank Alfred
Herrhausen, num ataque a bomba. O produtor do documentário,
Thomas Kufus, também participa
do Brasil Documenta.
Em "My Terrorist" (Meu Terrorista), a israelense Yulie Gerstel,
que foi vítima de um ataque terrorista organizado pela Frente Popular para a Libertação da Palestina, em Londres, em 1978, documenta os seus contatos com um
dos terroristas, preso.
MOSTRA BRASIL DOCUMENTA.
Exibição de 14 documentários nacionais
e estrangeiros. Onde: Instituto Moreira
Salles (r. Marquês e São Vicente, 476,
Gávea, RJ; tel. 0/xx/21/3284-7400).
Quando: de amanhã a 16/11. Quanto:
grátis. Senhas para a entrada às sessões
diárias são distribuídas a partir das 13h.
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